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O embargo chinês da carne bovina, após a confirmação de vaca louca no Pará, vai impactar três frigoríficos de Mato Grosso do Sul. Segundo o Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios e Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), os frigoríficos habilitados são: Naturafrig (Rochedo); FrigoSul (Aparecida do Taboado); e Agroindustrial (Iguatemi).
“Em MS, o impacto maior são para os frigoríficos que estavam focados em produzir para a China, porque o protocolo do Brasil com a China diz que todo caso suspeito se autodeslista até ser esclarecido tudo. Aqueles que estão produzindo para a China sofre um impacto maior”, explica o presidente do sindicato, Sérgio Capuci, acrescentando que, em média, 400 animais por dia cada indústria exporta para o país.
No entanto, o representante deixa bem claro que nada impede a produção para outros mercados.
A nível Brasil, Capuci diz que Mato Grosso do Sul não terá grande impacto, tendo em vista a pouca quantidade de frigoríficos habilitados para exportar para o país oriental.
“É o maior parceiro comercial de proteína bovina do Brasil e o mercado fica apreensivo. Para Mato Grosso do Sul, o impacto pode ser menor, pelo fato de ter poucas unidades habilitadas da China, mas a nível Brasil o impacto é maior”, destaca.
De acordo com a Carta Conjuntura Internacional, divulgada pela Famasul, Mato Grosso do Sul exportou US$ 79.166 milhões de carne bovina para a China.
Reflexos – Diante do caso, os frigoríficos terão que se reposicionar no mercado. “Eles vão ter que reposicionar a produção para o mercado interno e para outros países. Alguns podem dar até férias para regularizar a situação”, comenta.
Sérgio também é diretor da Naturafrig e informou que ainda está sendo avaliado os próximos passos. “Está parada, vai se organizar e voltar a produzir, provavelmente dar umas férias coletiva de dez dias e produzir para outros países. A Naturafrig vai se realocar e produzir para o mercado interno também”, afirma. Ele ressalta que as férias ainda não estão decididas.
Confirmação da doença –A doença vaca louca, que também é conhecida como Encefalopatia Espongiforme Bovina, foi confirmada em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA).
De acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), estão sendo adotadas todas as providências governamentais para o mercado de carnes brasileiras.
“Foi feito o comunicado à OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) e as amostras foram enviadas para o laboratório referência da instituição em Alberta, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é atípico”, diz parte da nota.
Ainda conforme informações do órgão, o animal, criado em pasto, sem ração, foi abatido e sua carcaça incinerada no local.
“Todas as providências estão sendo adotadas imediatamente em cada etapa da investigação e o assunto está sendo tratado com total transparência para garantir aos consumidores brasileiros e mundiais a qualidade reconhecida da nossa carne”, ressaltou o ministro Carlos Fávaro.
A última ocorrência no Brasil ocorreu em 2021, em frigoríficos de Belo Horizonte (MG) e de Nova Canaã do Norte (MT). Na ocasião, foi suspensa as compras de setembro a dezembro daquele ano.
A doença degenera o sistema nervoso dos bovinos, alterando o comportamento e deixando-os agressivos. A contaminação ocorre devido ao consumo de rações feitas com proteína animal contaminada.