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Economia
11/09/2012 06:56:47
Falta de chuva ameaça início do plantio de grãos
A ameaça sobre um possível atraso no plantio de grãos nos Estados Unidos, apontada como oportunidade para que a produção agrícola do Brasil conquistasse parcela maior do mercado mundial, agora assusta os produtores brasileiros.

Agencia Brasil/PCS

\n \n A ameaça sobre um possível atraso no plantio de grãos nos Estados\n Unidos, apontada como oportunidade para que a produção agrícola do Brasil conquistasse\n parcela maior do mercado mundial, agora assusta os produtores\n brasileiros.nbsp;\n \n \n \n O temor sobre a falta de chuva tem se confirmado nas regiões\n produtoras do país e, com ele, a definição de um novo calendário para plantação\n e colheita das principais commodities.\n \n \n \n No último boletim divulgado pelo Instituto Mato-Grossense de\n Economia Agropecuária (Imea), os pesquisadores destacaram a grande preocupação\n dos produtores com a previsão de chuva para os próximos dias.\n \n \n \n As informações meteorológicas não sinalizam um cenário otimista.\n Pelas projeções trimestrais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais\n (Inpe), a frequência de chuva só deve ocorrer na segunda quinzena de\n outubro.nbsp;\n \n \n \n Ainda assim, os mapas de clima e tempo mostram que a chuva estará\n concentrada na Região Sul, com ocorrência acima da média e, no caso da Região\n Norte, abaixo do esperado.nbsp;\n \n \n \n As duas situações podem significar problemas para os produtores.\n “Os produtores precisam manter a atenção nos próximo meses por conta do\n possível estabelecimento do [fenômeno climático] El Niño. É fundamental para a\n agricultura, sobretudo para o Sul do país. O que pode ocorrer é o fenômeno El\n Niño se estabelecer no [Oceano] Pacífico em setembro e outubro e o impacto\n desse fenômeno demora um tempo para aparecer. Isso vai fazer com que, mais para\n o fim do ano, chova mais no Sul e menos no Norte do país. No Brasil Central,\n não há como dizer se vai causar impacto”, explicou Ester Regina Ito,\n meteorologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec),\n vinculado ao Inpe.\n \n \n \n A incerteza não predomina nas projeções do Imea. De acordo com o\n instituto, em Mato Grosso,\n estado que tem se configurado como celeiro do país, até o próximo dia 20 de\n setembro não existe possibilidade de chuva.nbsp;\n \n \n \n Os pesquisadores destacam estimativas mais otimistas no caso dos\n municípios de Campo Novo do Parecis, Rondonópolis e Sinop, mas admitem que\n “nenhum volume significativo para que ocorra a colheita foi visto até o fim de\n setembro. Caso se confirme, transfere o início do plantio de Mato Grosso para\n outubro”.nbsp; \n \n \n \n O adiamento pode ter impacto na produtividade de soja e milho\n mato-grossenses. Os cálculos da Associação de Produtores de Soja e Milho do\n Estado de Mato Grosso (Aprosoja) mostram que a média de produtividade no estado\n tem se mantido em torno de 50 sacas por hectare, como ocorreu na última safra\n (2011/2012), quando a produção do estado chegou a 21,3 milhões de toneladas de\n grãos.\n \n \n \n A expectativa era que, para a safra 2012/2013, a produtividade\n chegasse a 51 sacas por hectare, principalmente em função do aumento da área\n plantada. Mas a confirmação dessa previsão dependerá de fatores que vão além da\n disponibilidade do solo e da disposição dos produtores. Aspectos climáticos e\n tecnológicos serão fundamentais nessa conta.nbsp; \n \n \n \n “Até agora, as perspectivas não são boas. Chove apenas no Rio\n Grande do Sul”, disse Alysson Paulinelli, presidente da Associação Brasileira\n dos Produtores de Milho (Abramilho). O produtor mineiro acrescentou que a\n expectativa do setor era por chuva mais intensa no início deste mês.nbsp;\n \n \n \n Ele reconheceu a preocupação com o atraso do plantio de grãos, que\n ainda se reflete nos resultados do chamado milho safrinha ou segunda safra\n (grão plantado em meados de março, após a colheita das culturas do início da\n safra), que tem somado importantes resultados à produção nacional.\n \n \n \n “Estamos preocupados, mas o produtor modernizou equipamentos\n e, hoje, planta e colhe mais rápido. Isso pode ajudar. A safrinha virou\n safrona”, explicou.nbsp;\n \n \n \n Paulinelli acredita que, mesmo diante do possível atraso no\n primeiro plantio, a tecnologia absorvida pelo setor produtivo e o aumento\n previsto de área para o milho safrinha ainda pode impulsionar os resultados da\n próxima safra.nbsp; \n \n \n \n Segundo ele, a segunda safra de milho deve ganhar mais espaço para\n cultivo em parte do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, em uma pequena\n parcela de São Paulo, Goiás e Minas Gerais e principalmente em Mato Grosso e Mato\n Grosso do Sul.nbsp;\n \n \n \n “Como surpresa ainda teremos mais área no Piauí e Maranhão porque\n há localidades nesses estados em que chove mais, como é o caso de Balsas (MA) e\n de cidades do sul do Piauí”, acrescentou.nbsp; \n \n \n \n Na última safra, a produção nacional de milho, segundo a Companhia\n Nacional de Abastecimento (Conab), totalizou 72,3 milhões de toneladas, 26%\n superior ao resultado da safra anterior, mesmo diante da forte estiagem que\n afetou regiões produtoras do país.nbsp;\n \n \n \n Desse total, mais da metade, 38 milhões de toneladas, foram\n resultantes da segunda safra de milho (safrinha). Técnicos da Conab evitam\n fazer projeções de produção diante da incerteza sobre o atraso do plantio de\n grãos.nbsp;\n \n \n \n Na próxima semana, as equipes do órgão começam a visitar os\n estados produtores para colher informações e devem apresentar a primeira\n estimativa sobre a produção nacional no fim da primeira quinzena de outubro.\n \n \n