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As medidas microeconômicas anunciadas pelo presidente da República, Michel Temer, começam a ser implementadas e com elas, as operadoras de cartão de crédito devem mudar a política de lucrar com a cobrança de juros excessivos. Em dezembro o juro anual do cartão de crédito rotativo bateu os inacreditáveis 484,6% em dezembro de 2016.
Em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central (BC) na semana passada foi decidido que as operadoras de cartão de crédito não podem levar mais o consumidor ao endividamento e a inadimplência, problema esse que Michel Temer quer acabar. As administradoras de cartão de crédito não poderão mais financiar o saldo devedor dos clientes por meio do crédito rotativo por mais de um mês.
Na regra que ainda está em vigor até abril deste ano, o consumidor que não quita o valor total fatura do cartão entra no sistema chamado crédito rotativo, que corrige o saldo devedor com juros altos – que ao mês de 15,33% segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) – juro esse cobrado até que o consumidor consiga saldar a fatura.
Com a resolução do CMN, o crédito rotativo vai vigorar somente até o vencimento da fatura seguinte, evitando a cobrança abusiva. Para que o consumidor pare de pagar a fatura do rotativo com juros abusivos, as operadoras de crédito terão de oferecer outras formas para a quitação de débito, como linhas de crédito com juros bem inferiores ao mês e com menor risco de endividamento.
O lucro das operadoras de cartão de crédito está no radar do presidente Michel Temer desde dezembro do ano passado. Na data o presidente da República e sua equipe econômica, anunciaram medidas de estimulo à economia e a mais polemica envolvia as administradoras de cartão de crédito. Na ocasião, o ministro anunciou a intenção do governo de reduzir, de 30 para dois dias, o prazo de pagamento das administradoras de cartão aos lojistas. Dos R$ 700 bilhões movimentados anualmente pela indústria de cartões de crédito no Brasil, R$ 37 bilhões estão no crédito rotativo.