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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial, voltou a acelerar e teve variação de 0,54% em setembro, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Em agosto, o IPCA subiu 0,22%. Com o resultado, a inflação de janeiro a setembro chega a 7,64%, o maior nível desde 2003, quando foi de 8,05%. O porcentual também está bem acima do verificado no mesmo período de 2014, de 4,61%. No acumulado dos últimos doze meses, o índice fica em 9,49%, abaixo dos 9,53% registrados até agosto.
Esse patamar, de 7,64%, está bem acima do centro da meta definido pelo governo, de 4,5%, e também supera a tolerância permitida até 6,5%. A equipe econômica do governo, inclusive, já reconhece que a inflação vai estourar a meta neste ano, e trabalha para conseguir a convergência em 2016. No último relatório da Inflação, o Banco Central estimou que o IPCA vai encerrar 2015 na casa dos 9,5%.
Segundo o IBGE, o principal vilão para a alta no mês passado foi o botijão de gás, cujo preço saltou 12,98% nos pontos de distribuição ao consumidor. Com esse reajuste, o item habitação, que envolve também aluguel, condomínio, conta de luz, água e esgoto, computou o maior aumento no período, de 1,3%.
Brasília e Vitória encabeçaram a lista das regiões com maior variação do IPCA, com altas de 1,25% e 1,13%, respectivamente. No caso de Brasília, o avanço é reflexo do reajuste de 11,7% na conta de luz. E no de Vitória, da alta de 10,69% na taxa de água e esgoto.
Atrás do botijão, o maior peso vem das passagens aéreas, que ficaram 23,13% mais caras em setembro. O aumento é fruto da forte valorização do dólar frente ao real observada no período. Em setembro, a moeda americana acumulou alta de 9%. Os bilhetes aéreos levaram a categoria transportes, que também engloba as tarifas de ônibus e metrô, conserto de veículos, acessórios e peças, a subirem 0,71%.
É importante destacar que o IPCA de setembro ainda não contabiliza o reajuste nos combustíveis feito pela Petrobras, de 6% para a gasolina e de 4% para o diesel, que entrou em vigor no último dia do mês passado.
No acumulado do ano, os itens que ficaram mais caros foram a batata inglesa, com alta de 69,10%, e a energia elétrica, com avanço de 52,79%.