Economia
28/01/2014 09:00:00
Investimento estrangeiro cai, mas ainda segue em "alta histórica" no Brasil
Os investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil caíram 3,9% em 2013 em comparação com o ano anterior, mas se mantiveram em um nível historicamente alto, segundo um relatório da agência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) divulgado nesta terça-feira.
G1/LD
Os\n investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil caíram 3,9% em 2013 em\n comparação com o ano anterior, mas se mantiveram em um nível historicamente\n alto, segundo um relatório da agência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento\n (Unctad) divulgado nesta terça-feira.\n \n O\n Brasil recebeu no ano passado US$ 63 bilhões em IED - que é considerado por\n muitos economistas o investimento bom, já que esse dinheiro vem do exterior\n para a construção de fábricas, infraestrutura, empréstimos internos feitos por\n multinacionais e fusões e aquisições de empresas. No ano anterior, havia\n recebido US$ 65 bilhões.\n \n O\n relatório da Unctad destaca que os IED subiram 11% no ano em todo o mundo,\n atingindo US$ 1,46 trilhão. Os países emergentes são os principais recipientes\n destes recursos - representando 52% do total.\n \n O\n Brasil caiu da 4ª posição para a 7º no ranking mundial dos maiores recipientes\n em 2013. O país também teve a pior variação entre os Brics (grupo que reúne\n ainda a Rússia, a China, a Índia e a África do Sul).\n \n "Ainda\n assim, essa queda deve ser vista dentro do contexto de forte crescimento nos\n últimos anos que elevaram os IED no Brasil para altas históricas."\n \n Entre\n 2000 e 2006, o Brasil recebeu em média US$ 20 bilhões por ano. Desde 2011, a\n média é três vezes maior - superior a US$ 60 bilhões.\n \n Segundo\n a Unctad, o Brasil segue uma tendência de queda de IED verificada na América do\n Sul. O subcontinente viveu nos últimos três anos um boom provocado por altos\n preços de commodities que estaria chegando ao fim.\n \n "A\n queda nos preços de commodities parece ter colocado um fim a esse boom de\n IED, especialmente em países como Chile (com queda de 33% nos investimentos) e\n Peru (queda de 2%)", diz o relatório.\n \n Na\n Argentina e no Paraguai, houve queda de 13% e 32%, respectivamente.\n \n Investimento direto x portfólio
\n No mundo todo, os IED tiveram bom desempenho em comparação com a outra\n principal modalidade, o investimento em portfólio. Esses recursos são captados\n no mercado financeiro, com compra e venda de ações em bolsa ou títulos de\n dívida.\n \n Os\n investimentos em portfólio tiveram grande volatilidade em 2013, devido ao\n começo do fim dos estímulos monetários do governo americano para combater a\n crise econômica mundial. Esse movimento fez o real se desvalorizar mais de 15%\n ao longo de 2013, segundo dados do relatório.\n \n "O\n impacto (do fim dos estímulos) foi grande em alguns mercados emergentes, que\n sofreram forte depreciação do câmbio, queda nas bolsas de valores e fuga de\n capitais", diz o documento da Unctad.\n \n "No\n entanto, em contraste aos fluxos internacionais de portfólio que caíram\n dramaticamente no segundo e terceiro trimestre de 2013, os IED se mantiveram\n relativamente menos voláteis."\n \n Em\n Davos, na semana passada, a presidente Dilma Rousseff falou sobre a importância\n do IED para a economia brasileira e prometeu trabalhar pela "qualidade\n institucional" e "respeito aos contratos existentes" com\n empresas privadas que investem no Brasil.\n \n Ela\n também falou sobre as oportunidades ainda existentes no país para empresas\n dispostas a investir no Brasil.\n \n "Apenas\n 47% dos domicílios têm computador; 55% apenas possuem máquinas de lavar roupa\n automática; 17%, freezer; 8% TV plana, evidenciando o tamanho da demanda ainda\n a ser atendida e as oportunidades de negócios a ela associadas", disse\n Dilma a uma plateia de investidores interessados no Brasil.\n \n Em\n entrevista para a BBC Brasil, o diretor do serviço de pesquisa em mercados\n emergentes FT Confidential, Richard Lapper, havia dito que o principal desafio\n da presidente em Davos era fazer com que o pessimismo dos investidores em\n portfólio com o Brasil não contaminasse o humor de quem promove investimentos\n estrangeiros diretos.\n \n Por\n ora, os IED ainda se mantém em alta no Brasil.\n \n "Mas\n isso poderia mudar se empresas como Procter amp; Gamble, Unilever, LOréal,\n Toyota e Ford pararem de acreditar na história do Brasil, e passarem a\n acreditar que o país vai parar de crescer."\n \n No\n mais recente boletim Focus do Banco Central, analistas de mercado rebaixaram as\n previsões de IED para o Brasil em 2014.\n \n Depois\n de 75 semanas consecutivas prevendo US$ 60 bilhões, eles agora acreditam que\n haverá uma leve queda para US$ 57,7 bilhões - em meio a temores de que o Brasil\n possa perder o grau de investimento obtido junto a agências de classificação de\n risco. Para 2015, a previsão segue sendo de US$ 60 bilhões.\n \n Já\n a Unctad não faz previsões específicas para cada país, mas estima que os IED\n continuarão crescendo moderadamente em todo o mundo ao longo de 2014 (14%) e\n 2015 (12%), graças à recuperação econômica dos países avançados.
\n No mundo todo, os IED tiveram bom desempenho em comparação com a outra\n principal modalidade, o investimento em portfólio. Esses recursos são captados\n no mercado financeiro, com compra e venda de ações em bolsa ou títulos de\n dívida.\n \n Os\n investimentos em portfólio tiveram grande volatilidade em 2013, devido ao\n começo do fim dos estímulos monetários do governo americano para combater a\n crise econômica mundial. Esse movimento fez o real se desvalorizar mais de 15%\n ao longo de 2013, segundo dados do relatório.\n \n "O\n impacto (do fim dos estímulos) foi grande em alguns mercados emergentes, que\n sofreram forte depreciação do câmbio, queda nas bolsas de valores e fuga de\n capitais", diz o documento da Unctad.\n \n "No\n entanto, em contraste aos fluxos internacionais de portfólio que caíram\n dramaticamente no segundo e terceiro trimestre de 2013, os IED se mantiveram\n relativamente menos voláteis."\n \n Em\n Davos, na semana passada, a presidente Dilma Rousseff falou sobre a importância\n do IED para a economia brasileira e prometeu trabalhar pela "qualidade\n institucional" e "respeito aos contratos existentes" com\n empresas privadas que investem no Brasil.\n \n Ela\n também falou sobre as oportunidades ainda existentes no país para empresas\n dispostas a investir no Brasil.\n \n "Apenas\n 47% dos domicílios têm computador; 55% apenas possuem máquinas de lavar roupa\n automática; 17%, freezer; 8% TV plana, evidenciando o tamanho da demanda ainda\n a ser atendida e as oportunidades de negócios a ela associadas", disse\n Dilma a uma plateia de investidores interessados no Brasil.\n \n Em\n entrevista para a BBC Brasil, o diretor do serviço de pesquisa em mercados\n emergentes FT Confidential, Richard Lapper, havia dito que o principal desafio\n da presidente em Davos era fazer com que o pessimismo dos investidores em\n portfólio com o Brasil não contaminasse o humor de quem promove investimentos\n estrangeiros diretos.\n \n Por\n ora, os IED ainda se mantém em alta no Brasil.\n \n "Mas\n isso poderia mudar se empresas como Procter amp; Gamble, Unilever, LOréal,\n Toyota e Ford pararem de acreditar na história do Brasil, e passarem a\n acreditar que o país vai parar de crescer."\n \n No\n mais recente boletim Focus do Banco Central, analistas de mercado rebaixaram as\n previsões de IED para o Brasil em 2014.\n \n Depois\n de 75 semanas consecutivas prevendo US$ 60 bilhões, eles agora acreditam que\n haverá uma leve queda para US$ 57,7 bilhões - em meio a temores de que o Brasil\n possa perder o grau de investimento obtido junto a agências de classificação de\n risco. Para 2015, a previsão segue sendo de US$ 60 bilhões.\n \n Já\n a Unctad não faz previsões específicas para cada país, mas estima que os IED\n continuarão crescendo moderadamente em todo o mundo ao longo de 2014 (14%) e\n 2015 (12%), graças à recuperação econômica dos países avançados.