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As perspectivas do mercado financeiro sobre o desempenho da economia brasileira continuam piorando semana após semana. Os analistas ouvidos pelo Banco Central para produção do boletim Focus voltaram nesta segunda-feira a projetar uma recessão mais profunda e uma inflação maior tanto para 2015 como para 2016.
Segundo o relatório divulgado hoje, o mercado agora espera uma queda no Produto Interno Bruto (PIB) de 2,8% - na semana passada, a previsão era de 2,7% negativo. Para 2016, a estimativa passou de 0,8% para 1% de recuo. Esta é a décima primeira vez consecutiva que os analistas ajustam o porcentual para baixo na previsão deste ano, e a oitava vez no caso de 2016. Se confirmado, será o maior decréscimo no nível da atividade econômica desde 1990, quando o PIB encolheu 4,35%, no governo do hoje senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).
Inflação - O mercado também projetou um aumento no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador usado para medir a inflação, de 9,34% para 9,46%. É a segunda semana seguida em que o índice é reajustado. Os economistas voltaram a elevar as estimativas da inflação depois da disparada do dólar vista nas últimas semanas. Se confirmado, este ano terá a maior inflação desde 2002, quando chegou a 12,53%. Para 2016, o mercado prevê que o IPCA fique na casa dos 5,87% Inflação - na semana passada, a projeção era de 5,7%.
Mesmo esperando uma inflação mais elevada, os analistas continuam na expectativa de que não haverá mais nenhum reajuste na taxa básica de juros (a Selic) neste ano. Desde o último aumento, a Selic está na casa dos 14,25%. Para 2016, a previsão é de que ela diminua gradativamente até chegar a 12,50% Inflação - a estimativa anterior era de 12,25%.
Na última quinta-feira, o Banco Central divulgou as suas últimas estimativas sobre a trajetória dos principais indicadores econômicos, com um quadro também mais pessimista: para o PIB, foi estimado uma queda de 2,7%; e para a inflação, o patamar de 9,5%.