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Economia
21/05/2014 09:00:00
Mesmo com o preço menor para o produtor, consumidor paga caro pelo ovo
O tomate deixou de ser o vilão no prato do consumidor. Agora, o ovo é o motivo das reclamações. No mercado, ele continua caro, mesmo com o fim da Quaresma, quando o preço dispara, em razão do consumo menor de carnes para quem segue a tradição católica

CG News/AB

O tomate deixou de ser o vilão no \n prato do consumidor. Agora, o ovo é o motivo das reclamações. No \n mercado, ele continua caro, mesmo com o fim da Quaresma, quando o preço \n dispara, em razão do consumo menor de carnes para quem segue a tradição \n católica. Os revendedores, que compram os ovos nas cooperativas, já \n estão pagando mais barato, porém, para o varejo a redução ainda chegou.nbsp;Conforme\n dados do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), em abril do ano passado,\n uma dúzia de ovos era vendida por R$ 4,15. Em 2014, no mesmo período, o\n valor era R$ 4,36, um aumento de 90%.
O diretor-administrativo da Camva (Cooperativa Agrícola Mista de \n Várzea Alegre) que fica na Capital, Reinaldo Issao Kurokawa, afirma que a\n caixa com 360 ovos, vendida durante a Quaresma, que ocorreu entre março\n e abril neste ano, por R$ 96,00, já pode ser comprada por R$ 84,00. Na \n Quaresma, muitos católicos se abstem da carne, o que eleva a procura por\n alimentos que a substituam, como o ovo.“Eu compro ovos duas \n vezes por semana. Está caríssimo e está pesando no orçamento”, comentou o\n autônomo Paulo Ribeiro, 44 anos. Vendendo trufas há 16 anos, ele diz \n que nem as promoções estão amenizando o efeito negativo no orçamento. \n “Eu comprava uma caixa com 30 ovos por R$ 6,00. Hoje, eu compro a mesma \n caixa por R$ 9,50”, uma diferença para mais de 58%.O economista e\n analista de mercado Júlio Brissac analisa o comportamento do preço e \n diz que a diminuição da demanda provoca a desaceleração na produção dos \n ovos. “E isso deixa o produto mais caro para o consumidor”.Para o\n diretor da Camva, o balanço entre a oferta e a procura deve reduzir o \n preço de forma gradual. “O preço vai recuar. Se tiver muita oferta, o \n preço cai mais. É a tendência”. Ele ainda lembra que com a demanda \n menor, a produção cai e aumenta o descarte de aves. “Com pouca procura, \n os produtores diminuem a produção e descartam as aves mais velhas, que \n são levadas para os frigoríficos”, explica Reinaldo.Cada plantel descarta, em média, 7% das\n aves nesse período do ano. “Isso acontece todos os anos, logo depois da\n Quaresma, quando a procura pelo ovo diminui”.Ovo caipira-\n Rico em em ômega 3, o ovo caipira é mais caro que o "de granja". No \n estabelecimento MS Hortifruti, no bairro Arnaldo Estevão, a proprietária\n Inês Menchik Shirado diz que uma dúzia do ovo branco é vendida por R$ \n 4,05. Já meia dúzia do caipira, é vendida por R$ 5,60.O ovo \n caipira vem de galinhas criadas soltas na natureza e não em gaiolas. \n Além disso, a alimentação é o grande diferencial. Elas se alimentam de \n forma natural, sem ração industrial e estimulantes.nbsp;“A alimentação do \n galinha é diferenciado. O ovo branco vem da galinha que come ração \n industrializada e é criada em gaiolas”, diz Inês.Segundo ela, não\n há no Estado granjas que vendam ovos caipiras com data de validade. “Eu\n encomendo os ovos de São Paulo. É uma forma segura”."Tudo que a \n gente faz leva ovo, é um bolo, uma torta. Está caro demais. Dizem que é o\n prato do pobre, que agora não é mais", reclamou a dona de casa Angela \n Miriam Barros, 54 anos. "Lembro de já ter comprado uma dúzia por R$ 1", \n ressalta.