\n \n O\n milho, que segue, pela segunda safra seguida, como o principal produto\n sul-mato-grossense em volume produzido, vivencia uma contradição: a colheita\n projetada é recorde e o mercado é desfavorável. A Companhia Nacional de\n Abastecimento (Conab) prevê, conforme levantamento divulgado ontem, que o\n Estado vai produzir 6,67 milhões de toneladas do cereal neste ano. Essa\n produção é 6,6% maior que a estimada em abril, de 6,23 milhões de toneladas e\n 9% acima do total colhido na safra anterior, de 6,11 milhões de toneladas. O\n efeito colateral da superprodução é a queda de preços, agravada por problemas\n de armazenagem e escoamento. Desde dezembro, o milho já foi desvalorizado em\n 28,3%.\n “O cenário do milho, hoje, é de produção excelente e mercado ruim”, resume\n Lucas Galvan, diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja\n (Aprosoja/MS).\n \n Ele\n explica que o aumento da produção se relaciona aos bons preços da soja no\n início da safra de verão e o decorrente investimento nessa cultura. Conforme\n ele, cerca de 70% da área da soja são usados para o plantio do milho. Assim, o\n crescimento de um produto influencia no de outro.\n \n Galvan\n acrescenta que o clima também tem colaborado. Após duas semanas de estiagem,\n voltou a chover nas regiões produtoras do Estado. “Não temos ainda um\n levantamento sobre isso, mas já podemos dizer que a produção não será mais\n afetada pelo clima”, afirma. Ele acredita que o volume colhido do cereal não\n seja inferior a 6,5 milhões de toneladas, considerando os números da Conab e do\n Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na semana passada, o\n IBGE divulgou a previsão de 6,81 milhões toneladas de milho a serem colhidas em\n MS.\n \n \n \n \n