Economia
13/03/2013 09:50:25
Ministérios da Justiça e da Fazenda investigam Telexfree
A empresa investigada é a Ympactus, com sede em Vitória, responsável pelo serviço de telefonia pela internet Telexfree.
IG/AB
\n \n Uma\n suspeita de pirâmide financeira mobiliza dois ministérios, procons, delegacias,\n Cade, CVM e Banco Central, ministérios públicos. A empresa investigada é a\n Ympactus, com sede em Vitória, responsável pelo serviço de telefonia pela\n internet Telexfree.\n \n O\n Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor, investiga\n em âmbito nacional o modelo de negócio Telexfree. Trata-se de um sistema de\n venda de créditos para uso de telefone pela internet (Voip, na sigla em inglês)\n que, segundo o advogado da empresa, Horst Fuchs, tem 600 mil usuários no mundo,\n sendo 90% deles no Brasil. Ele nega qualquer irregularidade.\n \n Na\n segunda-feira (11), o jornalista Luís Nassiff tratou a Telexfree como "o\n golpe do século", em seu blog, e anunciou a tomada de providências pelo\n governo. O site, segundo ele, foi derrubado como retaliação. Em texto divulgado\n nesta terça-feira (12), Nassiff afirma que seu blog foi tirado do ar\n "dezenas de vezes" para impedir a divulgação das denúncias. Ele\n também informou que, na tarde de segunda-feira, a empresa havia determinado a\n "debandada dos divulgadores" .nbsp;\n \n "Durante\n um ano, o esquema TelexFree envolveu um milhão de pessoas e movimentou mais de\n R$ 300 milhões através de uma versão online do velho golpe da pirâmide",\n escreveu Nassiff.\n \n A\n empresa se apresenta como prestadora de telefonia Voip. Os interessados podem\n atuar como divulgadores do sistema, por meio de publicidade pela internet. Há\n dois tipos de contratato anual, o ADCentral, de US$ 299 e que promete ganho\n líquido de US$ 2.295,80, e o ADCentral Family, de US$ 1.375, e ganho líquido de\n US$ 11.599. O divulgador ganha US$ 20\n a cada novo divulgador que conquistar para o plano\n ADCentral, e US$ 100 para o ADCentral Family. As informações constam de uma\n apresentação disponível em um site de divulgação do serviço.\n \n Segundo\n o advogado Fuchs, que representa a Telexfree e trata o sistema como\n "marketing multinível", a remuneração média fica entre R$ 4 mil e R$\n 8 mil por mês. Exceções chegam a faturar R$ 100 mil, diz ele ao iG .\n \n De\n acordo a assessoria de imprensa do Ministério Público de Minas Gerais, a\n reclamação de uma pessoa cuja mãe se sentiu financeiramente lesada pelo sistema\n foi encaminhada para a procuradoria criminal, sob suspeita de pirâmide\n financeira.\n \n No\n comunicado divulgado nesta terça-feira (12), a Secretaria Nacional do\n Consumidor trata o tema apenas como denúncias relativas a captação de poupança\n popular. O órgão afirma ter recebido denúncias contra o Telexfree dos Procons\n de Acre e Pernambuco e dos ministérios públicos de Acre e Mato Grosso, em\n janeiro, e quenbsp;solicitou aos Procons de todo o país que comuniquem\n eventuais processos envolvendo o serviço.\n \n Segundo\n Fuchs, fiscais do Ministério da Fazenda visitaram a sede da empresa nesta terça\n (12), no edifício Petro Tower, em Vitória (ES), e solicitaram documentos. Na\n segunda-feira (11), o departamento jurídico do Telexfree determinou que\n "imediatamente todos os divulgadores que tenham blog, portal ou\n Facebook" retirem os anúncios do ar "porque há muitos excessos que\n não são pactuados pela empresa", afirma o advogado.\n \n "A\n oferta de enriquecimento ilícito não é filosofia da empresa", reitera\n Fuchs.\n \n O\n Ministério da Fazenda afirma que a Secretaria de Acompanhamento Econômico\n (Seae), notificada também pela SNC, aguarda um posicionamento da Procuradoria\n da Fazenda sobre os procedimentos da empresa para se pronunciar. Também foram\n notificados onbsp; Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a\n Comissão de Valores Mobiliário (CVM) e o Banco Central (BC).\n \n Reclamações em\n oito Estados\n \n Além\n de Minas Gerais, há reclamações contra o Telexfree em ao menos outros seis\n Estados, diz a delegada Gracimeri Gaviorno, da Delegacia de Defraudações de\n Vitória (ES): Espírito Santo, Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e\n Pernambuco.\n \n "Vamos\n identificar mais pessoas, seja quem patrocina ou quem perde dinheiro",\n afirma, por telefone.\n \n Segundo\n Daniella Barcellos, chefe da divisão de reclamações do Procon do Acre, a\n empresa faz reuniões públicas diárias em Rio Branco.nbsp;"Aqui no Acre essa empresa\n chegou como uma campanha eleitora ostensiva, mas com um candidato só e com\n promessa de dinheiro fácil."\n \n Em São Paulo, o Procon da capital informou não\n ter recebido nenhuma reclamação até fevereiro, mas a empresa Ympactus Comercial\n é alvo de um processo no Juizado Especial Cível (JEC) de recisão de contrato e\n devolução de dinheiro.\n \n A\n Polícia Federal trata o caso como suspeita de estelionato . Em nota, informa que até o\n momento, o possível cometimento de um esquema conhecido como pirâmide pela\n Telexfree não está sendo investigado pela corporação, por ser possível\n incidência clássica do crime de estelionato, que é de competência das polícias\n civis dos Estados.\n \n Fuchs\n nega que a empresa atue sob o esquema de pirâmide.\n \n O\n que muitos consideram uma máscara, uma maracutaia, uma armação... na verdade o\n propósito nosso é o inverso. , diz.\n \n Sobre\n o fato de a Ympactus ser registrada como microempresa o que limitaria o\n faturamento bruto a R$ 360 mil por ano , Fuchs afirma que o processo de\n alteração já foi iniciado.\n \n nbsp;\n \n \n \n \n