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Economia
16/03/2016 12:11:00
O mercado detestou a notícia: dólar dispara e Bolsa despenca com entrada de Lula no governo
Moeda americana avançava cerca de 2%, acima de R$ 3,80, e Bovespa caía quase 1%, minutos após a confirmação de que o ex-presidente assumirá comando da Casa Civil

Veja/PCS

Dólar opera em alta após nomeação de Lula para o comando da Casa Civil (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

O dólar avançava cerca de 2%, acima de 3,80 reais, e Bovespa caía quase 1%, reagindo a temores de que o governo possa promover mudanças na política econômica, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir o comando da Casa Civil. Um dos medos dos investidores é o de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, deixe o cargo, como publicou o jornal Valor Econômico.

Perto das 11:45, o dólar avançava 1,97%, a 3,8373 reais na venda, após chegar a subir mais de 2% e atingir 3,8383 reais na máxima do dia. No mercado de ações, o Ibovespa caía 0,89%, aos 46.709 pontos.

"Seria uma volta à nova matriz econômica", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta. "Isso é muito ruim para o Brasil." Essas expectativas de mudanças ganharam força nas últimas após a confirmação de que Lula assumirá a Casa Civil. A notícia, para alguns investidores, diminuiria as chances do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A informação de que Lula assume o comando da Casa Civil foi confirmada pelo líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), no Twitter. O então ministro, Jaques Wagner, deve ir para a chefia do gabinete. Com a decisão, Lula passa a ter foro privilegiado, ficando blindado da Justiça, caso o pedido de prisão preventiva seja acatado.

A apreensão ganhou ainda mais ímpeto após a notícia de que Tombini estaria dando sinais de que poderia renunciar. Segundo a matéria do Valor, a confirmação de Lula aponta para mudanças "profundas" na política econômica, "com repercussões na área monetária e cambial".

Analistas afirmam que seria infrutífero usar as reservas internacionais para enfrentar a crise econômica no Brasil, como sinalizado pelo governo recentemente. Segundo eles, isso aumentaria o descrédito com o país e teria consequências inflacionárias.

"O mercado está muito volátil e guiado pelo noticiário. Não descartamos mudanças súbitas de direção (do câmbio) no caso de novos acontecimentos -- algo que não é difícil de encontrar no Brasil hoje em dia", escreveram analistas do BNP Paribas, em nota a clientes.