Economia
08/02/2013 06:19:49
Ordem no Palácio do Planalto é manter "sangue-frio" e evitar "medidas fortes"
A inflação alta de janeiro "preocupa" e deixa o BC "desconfortável", mas a ordem dentro do governo é ter "sangue-frio" e evitar "medidas fortes" diante da avaliação de que os índices vão recuar.
Folha/PCS
\n \n A inflação alta de janeiro "preocupa" e deixa o BC\n "desconfortável", mas a ordem dentro do governo é ter\n "sangue-frio" e evitar "medidas fortes" diante da avaliação\n de que os índices vão recuar. \n \n Por enquanto, então, continua valendo a mais recente ata do Copom, que\n manteve a sinalização de que a política monetária deve ficar estável por um\n "tempo suficientemente prolongado". \n \n Uma mudança nessa orientação virá se o cenário traçado pelo BC sofrer\n alterações. Nele, a inflação acumulada em 12 meses ficará na casa dos 6% até o\n fim do primeiro semestre, mas começa a declinar a partir do segundo. \n \n Segundo o BC, apesar de o mercado fazer uma leitura de que o teto da meta,\n de 6,5%, pode ser superado nos próximos meses, a instituição não considera isso\n "provável". \n \n Apesar dessa avaliação, diretores do BC prometem "monitorar de\n perto" o comportamento dos preços nos próximos meses, sinalizando que\n podem reagir em caso de novos desvios no cenário deste ano, dividido pelo banco\n "literalmente em dois": primeiro semestre de inflação em alta, e\n segundo, em baixa. \n \n O governo sabe que esse cenário fará intensificar as críticas à política\n econômica de Dilma. Por isso, a ordem de manter o "sangue-frio" até\n que as medidas já tomadas e as que ainda serão implementadas tenham efeito. \n \n Entre elas, a redução nas tarifas de energia elétrica. \n \n Além disso, o governo prepara novas desonerações tributárias, como de\n produtos da cesta básica, que vão reduzir o preço de alimentos. \n \n O BC lista ainda quatro razões para confiar no seu cenário de recuo da\n inflação: câmbio, alimentos, salários e crédito ao consumidor devem ficar mais\n comportados. \n \n O banco trabalha com um "câmbio mais moderado, bem mais\n comportado" neste ano, contribuindo para a redução dos preços que sofrem\n concorrência de produtos importados. \n \n O crédito ao consumidor "vai continuar crescendo, mas a taxas mais\n moderadas", porque as famílias "já estão bastante endividadas". \n \n O Brasil terá uma safra agrícola recorde e as condições climáticas serão\n mais favoráveis, o que vão ajudar a conter a alta dos alimentos. \n \n E os salários devem ter correção menor neste ano. O mínimo subiu quase 9%,\n abaixo dos mais de 14% de 2012.\n \n \n