Economia
26/09/2013 09:00:00
Percepção de crise econômica no Brasil é exagero, diz diretor do FMI
Segundo ele, a economia nacional demonstrou dificuldades em se recuperar durante os anos de 2011 e 2012, mas essa fase já foi superada.
Valor Econômico/AB
\n \n O diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o\n Brasil, Paulo Nogueira Batista, afirmou que a economia brasileira já mostra\n sinais claros de recuperação e que a percepção negativa sobre a economia\n brasileira é exagerada. Batista, que participa do seminário Financial\n Governance after the Crisis, no Rio de Janeiro, também classificou de\n exageradas as especulações de que os países emergentes estejam à beira de uma\n crise. \n \n Para Batista, os fundamentos da economia nacional são\n "razoáveis" e ressaltou as altas taxas do investimento externo direto\n (IED) e as grandes reservas em moeda estrangeira. O IED continua\n significativo, forte, o Brasil foi o quarto maior destino de IED em 2012 no\n mundo, lembrou. \n \n Dificuldades superadas \n \n Segundo ele, a economia nacional demonstrou dificuldades em se\n recuperar durante os anos de 2011 e 2012, mas essa fase já foi superada. \n \n O Brasil passou por uma fase de grande sucesso e havia um certo\n exagero com a situação do país até 2010, afirmou. Agora [a imagem do país no\n exterior] está indo para o extremo oposto, criticou em uma referência à capa\n da revista The Economist desta semana que questiona os rumos da economia\n brasileira. \n \n A imprensa mundial é muito influenciada pela economia mundial e\n pela economia dos países, disse o diretor-executivo. \n \n Emergentes \n \n Segundo, ainda, Batista, as mudanças provocadas pelo Federal\n Reserve (Fed), o banco central americano, terão, sim, impacto, mas não serão\n capazes de desencadear uma crise internacional nos mercados emergentes. \n \n Na sua avaliação, as nações em desenvolvimento têm, hoje,\n condições macroeconômicas mais sólidas, do que no período anterior à crise de\n 2008 que atingiu as principais economias desenvolvidas. \n \n Considerar que a crise está voltando aos emergentes é exagero,\n afirmou. A situação, hoje, é bem diferente. Os emergentes têm reservas mais\n altas, [seus] fundamentos fiscais não são fracos, frisou. \n \n Batista, que justificou não falar em nome do FMI, ressaltando ser\n esta sua opinião pessoal, afirmou que o crescimento da economia global continua\n sendo guiado pelas economias emergentes. \n \n Houve alguma desaceleração, mas o grosso do crescimento continua\n sendo guiado pelos emergentes, disse, após realizar palestra no seminário.