ElPaís/PCS
A Petrobras desistiu de elevar o preço do diesel nas refinarias nesta sexta-feira após pressão do presidente Jair Bolsonaro, que defendia uma alta menor, disse uma fonte à Reuters. A decisão surpreendeu os mercados e as ações da empresa começassem o dia com queda de mais de 5%.
A Petrobras chegou a anunciar elevação de 5,7% no valor do diesel para esta sexta-feira, mas na noite anterior, decidiu manter a cotação em 2,1432 reais por litro, praticada desde 22 de março. Em entrevista nesta manhã à rádio CBN, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, disse que a ordem de suspender o aumento do preço do combustível foi um algo pontual. "Julgo que é um fato isolado, justamente pelo momento que estamos vivendo. Acredito que o presidente está buscando a melhor solução para equacionar o problema", afirmou o vice.
A decisão teria sido resultado de uma pressão dos caminhoneiros por causa dos valores do diesel e dos fretes. Em maio de 2018, a categoria organizou uma greve histórica por causa da alta do combustível. A crise levou a renúncia do então presidente da estatal, Pedro Parente.
A Reuters apurou com uma fonte do Palácio do Planalto que Bolsonaro ligou ao atual presidente da empresa, Roberto Castello Branco, logo após conversa com o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, pedindo por um reajuste mais brando.“O presidente pediu para reduzir o aumento, de 5% para 1%... É manter o aumento, mas não nesse percentual”, afirmou a fonte, sob condição de anonimato, dada a sensibilidade do assunto.
Em comunicado ao mercado, no entanto, a empresa informa que, "em consonância com sua estratégia para os reajustes dos preços do diesel divulgada em 25/3/2019, revisitou sua posição de hedge e avaliou ao longo do dia, com o fechamento do mercado, que há margem para espaçar mais alguns dias o reajuste no diesel. A empresa reafirma a manutenção do alinhamento com o Preço de Paridade Internacional (PPI)."