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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) comunicou nesta quarta-feira, 29, ter entregado ontem propostas para o Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018 ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi. A entidade solicita aumento de 13,5% nos recursos disponíveis para custeio – R$ 170 bilhões em comparação aos R$ 149,5 bilhões destinados ao ciclo atual – e redução das taxas de juros. O documento tem 57 páginas e foi elaborado após reuniões com o setor produtivo em seis Estados (Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Rondônia) e validado pelas instituições que integram o Conselho do Agro.
“A tendência é de baixa na inflação, o que é bom para o País. Agora, se nós não atentarmos também para melhorar os índices de juros aplicados ao setor agropecuário, vamos ter taxas de juros reais extremamente altas, o que é inviável para nós”, disse o vice-presidente diretor da CNA e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, durante a apresentação ao ministro.
A reunião também contou com a presença do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya Neto, pelo superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, e pela assessora técnica da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, Fernanda Schwantes. “Estamos fazendo o Plano Safra agora e vamos avaliar essas propostas, com toda certeza. Poderá contribuir muito e nos balizar nesse processo. Foram várias audiências, por vários Estados, buscando informação e a opinião dos agricultores. Aqui, na casa da Agricultura, temos o dever de ouvi-las”, afirmou Maggi.
Dentre outras demandas, a CNA propõe que o governo dê prioridade a três programas de investimento: o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), o Programa para Redução de Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (Programa ABC) e o Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra). A ideia é manter os recursos ofertados ao PCA da safra anterior, R$ 1,4 bilhão, mas com redução das taxas de juros para 4,5%. Na safra 2016/2017 os juros cobrados foram de 8,5%, o que inibiu a tomada de recursos pelo produtor.
“Temos um problema logístico e de infraestrutura no Brasil que, no nosso entendimento, não vai ser resolvido num curto e médio prazos. Todas as regiões do Brasil foram unânimes em apontar o PCA como um programa extremamente importante, mas ele precisa ter algumas taxas de juros diferenciadas, exatamente pelo retorno lento na questão do armazenamento”, disse Schreiner. Segundo ele, Maggi foi “muito receptivo” às propostas apresentadas.