Economia
28/08/2013 06:48:13
Pressionado pelo dólar alto, BC deve subir juro pela quarta vez consecutiva
Taxa básica da economia deve avançar de 8,5% para 9% ao ano hoje. Economista vê IPCA ao redor de 6% em todo governo Dilma Rousseff.
G1/PCS
\n \n \t Pressionado pela alta do dólar e seu respectivo impacto na inflação, o \n Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve elevar a taxa\n básica de juros da economia, a Selic, em 0,5 ponto percentual nesta \n quarta-feira (28) de 8,5% para 9% ao ano. Se confirmada, será a quarta \n elevação consecutiva, levando os juros ao maior patamar desde março de \n 2012. A decisão será anunciada após as 18h.\n \n \t Segundo o economista da Tendências Consultorias, Silvio Campos Neto, a \n expectativa de alta dos juros nesta quarta-feira, com o objetivo de \n conter a inflação, está tão consolidada nos economistas do mercado \n financeiro que o foco principal da reunião não será nem mesmo a decisão \n em si, mas o comunicado que sairá após o encontro e, posteriormente, na \n ata do Copom a ser divulgada na semana que vem.\n \n \t A expectativa é sobre as sinalizações que a autoridade monetária poderá\n dar sobre os próximos passos da política de juros. Até o momento, o \n mercado financeiro acredita em, pelo menos, mais uma nova alta dos juros\n ainda neste ano, em outubro, para 9,5% ao ano. Campos Neto, porém, \n prevê que os juros poderão subir ainda mais, chegando ao fim de 2013 em \n 9,75% ao ano - bem próximos da marca de 10% ao ano.\n \n \t "O câmbio é e tem sido a variável de maior destaque e deve condicionar \n estas novas decisões de altas dos juros [pelo Copom]. Os preços já \n começam a ter efeito desta mudança no câmbio. A manutenção de um patamar\n do dólar próximo de R$ 2,40 gera novos efeitos na inflação neste ano", \n declarou o economista da Tendências.\n \n \t Repasse para os preços
\n \t Analistas lembram que quase 25% dos produtos consumidos em nossa \n economia são importados, resultando em impacto inflacionário quando a \n moeda norte-americana se valoriza. Até meados do mês de maio, o dólar \n operava ao redor de R$ 2 no Brasil. Desde então, porém, registrou alta \n e, atualmente, tem mais próximo de R$ 2,40.\n \n \t Os economistas avaliam que uma alta de R$ 0,10 no preço do dólar \n poderia ter um impacto de cerca de 0,2 ponto no IPCA deste ano. Deste \n modo, se o dólar estava em cerca de R$ 2 antes da sinalização do BC \n norte-americano e passou, atualmente, para um valor próximo de R$ 2,40, o\n impacto seria de aproximadamente 0,8 ponto percentual no IPCA.\n \n \t Entretanto, o dólar teria de permanecer neste patamar para que o \n repasse aconteça de forma integral. Para Campos Neto, da Tendências, uma\n alta de 20% no dólar, como está ocorrendo neste ano, para cerca de R$ \n 2,40, teria um impacto de mais ou menos um ponto no IPCA de 2013.\n \n \t Antes da alta recente do dólar, a expectativa do mercado era de que o \n aumento dos juros total previsto para este ano seria de um ponto \n percentual, passando de 7,25% para 8,25% ao ano no fim de 2013. Após a \n disparada do câmbio, os economistas dos bancos passaram a prever um \n ciclo bem maior de alta dos juros: para 9,5% ao ano no fim de 2013.\n \n \t Inflação
\n \t Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os \n juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2013 e 2014, a meta \n central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois \n pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode \n ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.\n \n \t Ao subir os juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los,\n julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta. Em doze\n meses até julho, o IPCA, que serve de referência para o sistema de \n metas de inflação brasileiro, somou 6,18%.\n \n \t Em 2011, a inflação foi de 6,5% e, no ano passado, totalizou 5,84%. O \n economista Silvio Campos Neto prevê um IPCA próximo de 6% também em 2013\n e 2014. "Houve redução dos juros em 2012 onde não havia justificativa. \n Isso sugeriu que BC nao mirava [na meta central de 4,5%] e isso é fatal \n em um regime de metas. Caso não busque o centro da meta, acaba perdendo a\n coordenação de expectativas", avaliou o economista.\n \n \n \n
\n \t Analistas lembram que quase 25% dos produtos consumidos em nossa \n economia são importados, resultando em impacto inflacionário quando a \n moeda norte-americana se valoriza. Até meados do mês de maio, o dólar \n operava ao redor de R$ 2 no Brasil. Desde então, porém, registrou alta \n e, atualmente, tem mais próximo de R$ 2,40.\n \n \t Os economistas avaliam que uma alta de R$ 0,10 no preço do dólar \n poderia ter um impacto de cerca de 0,2 ponto no IPCA deste ano. Deste \n modo, se o dólar estava em cerca de R$ 2 antes da sinalização do BC \n norte-americano e passou, atualmente, para um valor próximo de R$ 2,40, o\n impacto seria de aproximadamente 0,8 ponto percentual no IPCA.\n \n \t Entretanto, o dólar teria de permanecer neste patamar para que o \n repasse aconteça de forma integral. Para Campos Neto, da Tendências, uma\n alta de 20% no dólar, como está ocorrendo neste ano, para cerca de R$ \n 2,40, teria um impacto de mais ou menos um ponto no IPCA de 2013.\n \n \t Antes da alta recente do dólar, a expectativa do mercado era de que o \n aumento dos juros total previsto para este ano seria de um ponto \n percentual, passando de 7,25% para 8,25% ao ano no fim de 2013. Após a \n disparada do câmbio, os economistas dos bancos passaram a prever um \n ciclo bem maior de alta dos juros: para 9,5% ao ano no fim de 2013.\n \n \t Inflação
\n \t Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os \n juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2013 e 2014, a meta \n central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois \n pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode \n ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.\n \n \t Ao subir os juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los,\n julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta. Em doze\n meses até julho, o IPCA, que serve de referência para o sistema de \n metas de inflação brasileiro, somou 6,18%.\n \n \t Em 2011, a inflação foi de 6,5% e, no ano passado, totalizou 5,84%. O \n economista Silvio Campos Neto prevê um IPCA próximo de 6% também em 2013\n e 2014. "Houve redução dos juros em 2012 onde não havia justificativa. \n Isso sugeriu que BC nao mirava [na meta central de 4,5%] e isso é fatal \n em um regime de metas. Caso não busque o centro da meta, acaba perdendo a\n coordenação de expectativas", avaliou o economista.\n \n \n \n