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Mais da metade dos produtores de leite de Mato Grosso do Sul não consegue gerar mais de 100 litros de leite por dia. Dos 24 mil criadores do segmento lácteo, 15,1 mil estão nessa situação, o que representa 62% do total. Eles têm prejuízos diariamente, porque é necessário atingir produção mínima de 300 litros ao dia para garantir a viabilidade do negócio.
Os números refletem no crescimento do setor no Estado e os produtores sul-mato-grossenses perdem cada vez mais em margem de lucro, além de sofrer com a falta de investimentos. Com isso, MS ocupa a 13ª posição no ranking nacional e segue na contramão do desenvolvimento do setor no país, na avaliação do diretor do Sindicato Rural de Campo Grande, Wilson Igi.
Em dez anos, o volume produzido no Estado subiu apenas 28,1%, enquanto em Goiás a alta foi de 230,8% e em Mato Grosso o aumento chega a 191%, entre 1990 e 2000, segundo a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).
O assunto preocupa entidades do segmento e será discutido em evento na semana que vem, em Campo Grande. Segundo o diretor secretário da Famasul, Ruy Fachini, a ideia é dar suporte técnico para que o produtor rural possa gerenciar melhor sua produção e aumentar o preço. "Para se ter uma ideia de como é necessário melhorar este panorama, estamos muito abaixo do cenário nacional, onde o volume produzido é 1,381 mil quilos por vaca por ano", comenta.
A 18ª edição do Encontro Técnico do Leite será na próxima terça-feira (2), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, a partir das 8h. O evento terá palestras sobre estruturação do rebanho, aplicação de tecnologia e estratégias competitivas.
O evento é promovido pela Famasul em parceria com o Sindicato Rural de Campo Grande e a Sepaf (Secretaria de Produção e Agricultura Familiar). “Nesta edição, apresentaremos alternativas com baixo custo ou custo zero", prometeu Wilson Igi.