\n \n Além de\n preocupar os consumidores, o esquema de adulteração do leite gera revolta entre\n os produtores do Rio Grande do Sul. O temor é de uma possível queda nos preços\n após a Operação Leite Compensado, que investiga a fraude por parte de\n transportadoras. Sem nenhuma participação no esquema, eles investem alto para\n garantir a qualidade do leite produzido em suas propriedades, como mostra a\n reportagem do Campo e Lavoura, da RBS TV.\n \n "É\n revoltante, é inaceitável acontecer isso. O produtor é exigido e faz a parte\n dele e o intermediário faz essa sacanagem com o produto que a gente\n produz", lamenta Nestor Braun, de Santa Rosa, no Noroeste do estado. O\n produtor tem 35 vacas que produzem uma média de 800 litros por dia.\n \n Depois da ação\n que foi desencadeada na última quarta-feira (9), lotes de leite de seis marcas foram\n retiradas do mercado por contaminação. Três postos de resfriamento e uma\n fábrica em Estrela foram interditadas.nbsp;Das sete pessoas presas, seis já\n foram ouvidas em Tapera até a sexta-feira (9). Cinco delas ficaram caladas e só\n vão se manifestar em juízo. Duas haviam sido liberadas após os depoimentos. Na\n segunda-feira (13), será ouvido um empresário preso em Guaporé, na Serra. A\n denúncia será enviada a Justiça na próxima semana. As empresas que receberam o\n leite adulterado também serão chamadas a dar explicações sobre os testes.\n \n O produtor\n investe em tecnologia para que os animais produzam um leite com qualidade.\n Segundo ele, cumpre todas exigências estipuladas pela normativa que regulamenta\n a atividade leiteira. Com maior qualidade, ele recebe mais pelo produto."A\n gente tem o custo, mas tem a vantagem de receber mais por um produto de melhor\n qualidade", afirma o Nestor.\n \n O filho de\n Nestor, Cristiano, diz que recebeu propostas de outros transportadores para\n vender o leite por um preço maior. "Ano passado recebemos 10 ou 15\n propostas de empresas que vieram aqui na propriedade. Também de empresas\n sérias, mas também gente que não preza muito pela qualidade", conta.\n \n A preocupação\n dos agricultores é que leite chegue aos postos de resfriamento e na indústria\n com a mesma qualidade que saiu do campo. Era justamente neste trecho, entre o\n produtor e o posto, que ocorria a adulteração do produto, com a adição de água\n e ureia.\n \n Responsável\n pelo setor de leite da Cooperativa Mista São Luiz, de Santa Rosa, o agrônomo\n Milton Racho afirma que os problemas apresentados podem gerar desconfiança dos\n consumidores. Se houver queda no consumo, automaticamente o preço deve baixar\n para o produtor.\n \n "É\n preciso saber que o Ministério Público e o Ministério da Agricultura estão\n agindo muito forte em cima disso. Isso não comprometeu todo o leite do Rio\n Grande do Sul. O consumidor siga consumindo o leite porque existem empresas e\n produtores sérios e idôneos", alerta o agrônono.\n \n Para ele, a\n investigação fará com que os produtores comecem a procurar empresas com\n credibilidade para vender o leite. "Simplesmente alguns chegam aos\n produtores e perguntam quanto eles recebem pelo leito. E aí dizem “nós pagamos\n tanto a mais e sendo branco para nós, é leite. Não exigimos qualidade”. Isso é\n um desserviço para a cadeira leiteira", afirma Racho.\n \n Para evitar\n que o leite entre na plataforma contaminado ou com misturas, por lei, todas as\n unidades de resfriamento devem ter laboratório. Na Coopermil, de Santa Rosa, o\n caminhão só pode descarregar depois de todos os testes exigidos pelo Ministério\n da Agricultura serem feitos e aprovados.\n \n A fórmula\n usada para adulterar o leite e aumentar o lucro de transportadoras era vendida\n por R$ 10 mil, segundo o promotor Mauro Rochenbach, que comanda a investigação\n do MP. “Eles descobriram uma fórmula de mascarar a adição de água e com isso\n lucrar com 10% no volume. Essa fórmula era vendida entre eles por R$ 10 mil”,\n disse Rochenbach. Para cada 100 litros de leite, eram adicionados nove litros\n de água e um de ureia.\n \n De acordo com\n a investigação, os suspeitos fraudavam o leite em três núcleos, mas sem vínculo\n entre eles. O MP passou a monitorar os grupos e, sempre que havia adulteração e\n depois envio aos postos de resfriamento, os fiscais iam até os locais.\n \n Quem tiver\n embalagens fechadas dos produtos dos lotes não recomendados para consumo deve\n guarda-los e comunicar Ministério Público pelo e-mail consumidor@mp.rs.gov.br.\n \n Confira a\n lista dos produtos não recomendados\n \n Leite Líder -\n UHT Integral
\n SIF 4182 - Fabricação: 17/12/12
\n Lote: TAP 1 MB\n \n Leite Italac -\n UHT Integral
\n Goiás Minas - SIF 1369
\n Fabricação: 30/10/12 - Lote: L05 KM3
\n Fabricação: 5/11/12 - Lote: L13 KM3
\n Fabricação: 7/11/12 - Lote: L18 KM3
\n Fabricação: 8/11/12 - Lote: L22 KM4
\n Fabricação: 9/11/12 - Lote: L23 KM1\n \n Leite Italac -\n UHT semidesnatado
\n Goiás Minas - SIF 1369
\n Fabricação: 5/11/12 - Lote: L12 KM1\n \n Leite Mu-Mu -\n UHT Integral
\n Vonpar - SIF 1792
\n Fabricação: 18/01/13
\n Lote: 3 ARC\n \n Leite Latvida\n - UHT Desnatado
\n VRS - Latvida - CISPOA 661
\n Fabricação: 16/2/2013 Validade: 16/6/2013
\n O MP não divulgou o número do lote\n \n Leite UHT\n Semidesnatado
\n VRS - CISPOA 048/661
\n Marca: Latvida
\n Lote 190 - Fabricação: 2/4/2013
\n Lote 193 - Fabricação: 5/4/2013
\n Lote 103 - Fabricação: 18/4/2013\n \n Leite UHT\n Desnatado
\n VRS - CISPOA 037/661
\n Marca: Só Milk e Latvida
\n Lote 188 - Fabricação: 4/4/2013
\n Lote 198 - Fabricação: 10/4/2013
\n Lote 202 - Fabricação: 11/4/2013
\n Lote 104 - Fabricação: 15/4/2013
\n Leite produzido em 16/2/2013, com validade até 16/6/2013\n \n Leite UHT\n Integral
\n VRS - CISPOA 036/661
\n Marcas: Hollmann, Goolac, Só Milk, Latvida
\n Lote: 103 - Fabricação: 1/4/2013
\n Lote: 184 - Fabricação: 3/4/2013
\n Lote: 189 - Fabricação: 4/4/2013
\n Lote 190 - Fabricação: 5/4/2013
\n Lote 196 - Fabricação: 9/4/2013
\n Lote 200 - Fabricação: 10/4/2013
\n Lote 201 - Fabricação: 19/4/2013
\n Lote 202 - Fabricação: 20/4/2013
\n Lote 204 - Fabricação: 21/4/2013
\n Lote 205 - Fabricação: 22/4/2013\n \n \n