Os\n motoristas de Campo Grande já temem que o preço da gasolina passe dos \n R$ 3 na maioria dos postos de combustível da cidade até o final deste \n mês de outubro. A previsão é de que o preço suba mais 5% na maioria dos \n estabelecimentos.\n “Ainda não foi confirmado, mas a informação que corre nos \n bastidores é de que vai acontecer este aumento”, diz um gerente de \n posto. Projeção do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central\n (BC) publicada na quinta-feira (17) é de reajuste da gasolina, para o \n consumidor, em 5%.\n A agência Lusa publicou nesta sexta-feira (18) que os preços da \n gasolina e do gasóleo deverão subir já na próxima semana, acompanhando a\n evolução das cotações dos produtos petrolíferos em euros.\n Os postos de gasolina garantem que só ficam sabendo do aumento \n quando vão comprar a gasolina. “É sempre uma surpresa, do dia para a \n noite”. O gerente ainda conta que acabam ficando como vilões e que toda \n vez que o preço dos combustíveis sobe, o movimento cai. “Pessoal \n reclama, xinga a gente. É muito caro mesmo. Temos usinas de álcool aqui e\n o álcool em Campo Grande é super caro comparado a São Paulo, Paraná”, \n conta.\n Na rua Yokohama, região oeste de Campo Grande, um dos postos \n tradicionalmente com preços mais baixos aumentou onbsp;preço da gasolina há \n cerca de duas semanas. O litro era R$ 2,85, e subiu para R$ 2,92. Caso \n aconteça o aumento, a gasolina por lá pode chegar a R$ 3,06.\n No Posteko, localizado na Júlio de Castilho, o custo da gasolina \n pode ficar mais salgado ainda. Já com preço de R$ 2,98, alterado há \n cerca de um mês, o novo reajuste pode jogar o valor danbsp;gasolina no posto\n abastecido pelo Ipiranga paranbsp;R$ 3,12 por litro.\n Passear ficou caro \n Wilson Cesar Goulart, 30, funileiro, estava abastecendo no posto \n da rua Yokohamanbsp;quando soube do possível aumento do preço da gasolina,e \n ficou preocupado. “Está caro demais, não dá mais para passear com a \n esposa e com o filho. Se subir mais vou até pensar em pegar ônibus, mas \n tem lugar que o ônibus não vai. É complicado” disse.\n O cliente conta que na região ficou famosa uma distribuidora \n clandestina de gasolina, que funcionava no Jardim Aeroporto, e vendia \n galões de até cinqüenta litros, masnbsp;foi fechada pela polícia. “Quase fui\n lá uma vez”.\n Wilson contou também uma “tática” de protesto que ele e amigos \n teriam usado em posto da Afonso Pena. “Cada um ia lá e colocava só dois \n reais de gasolina, supondo que assim o posto não lucra. Dias depois \n abaixaram a gasolina.nbsp;Vamos ter que fazer isto de novo”, analisa.\n O servidor público Francisco Freitas não consegue mais encher o \n tanque do veículo. “Não encho mais o tanque, se eu encher fico sem \n dinheiro. Só vou de casa para o trabalho, do trabalho para casa”. \n Francisco criticou o governo: “aumenta a gasolina, mas o salário do \n servidor público não. O carro não é um luxo, é uma necessidade”, \n reiterou.