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Economia
23/10/2013 11:00:55
Real subiu 12% desde fim de agosto, após programa cambial, diz BC
De acordo com o documento, os dólares neo-zelandês e australiano valorizaram, por sua vez, 8% e 7,2% no mesmo período, enquanto que as moedas indiana e sul-africana valorizaram 5,1% e 4,5%, respectivamente.

G1/LD

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, destacou nesta quarta-feira\n (23), em apresentação a investidores em Singapura, que o real foi a moeda que\n mais se valorizou com relação ao dólar desde o final do mês de agosto - quando\n foi anunciado pela autoridade monetária programa de venda diária de contratos\n de "swap cambial" (venda de dólares no mercado futuro) ou de leilões\n no mercado à vista, com compromisso de recompra.\n \n Os dados, que estão na apresentação feita por Tombini no exterior,\n divulgados pelo Banco Central, mostram que o real se valorizou (com queda do\n dólar na mesma proporção) em 12% do dia 22 de agosto (quando foi anunciado o\n programa do BC) ao dia 21 de outubro, enquanto que outras moedas subiram menos\n no mesmo período.\n \n De acordo com o documento, os dólares neo-zelandês e australiano\n valorizaram, por sua vez, 8% e 7,2% no mesmo período, enquanto que as moedas\n indiana e sul-africana valorizaram 5,1% e 4,5%, respectivamente.
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\n A apresentação informa que o real lidera o processo de valorização, em\n comparação com outras moedas, desde o fim de agosto.\n \n Tombini informou, em sua apresentação feita em Singapura, que o programa tem\n sido "bem sucedido e contribuído para conferir previsibilidade na oferta\n de proteção cambial aos agentes econômicos durante esse período de transição da\n economia internacional".\n \n Intervenções no mercado de câmbio
\n Nesta terça-feira (22), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que o\n Banco Central está operando "cada vez menos" no mercado de câmbio\n após a sinalização do Federal Reserve (BC norte-americano) de que a retirada\n dos estímulos monetários demorará um pouco mais para se concretizar.\n \n "O mercado já pode operar de forma quase automatica. Isso [postergação\n da retirada de estímulos por parte do Fed] acalmou o mercado, que pode caminhar\n para equilíbrios cambiais quase satisfatórios. O BC saberá regular isso. Pode\n intervir mais, pode intervir menos. Saberá regular isso adequadamente",\n afirmou Mantega na ocasião.\n \n Logo após a decisão do Federal Reserve de manter o ritmo do programa de\n estímulo monetário, ocorrida em meados de setembro, Mantega informou que isso\n poderia levar o Banco Central brasileiro a diminuir a intensidade da\n intervenção no mercado de câmbio.\n \n Posteriormente, entretanto, a autoridade monetária informou que o programa\n de venda de contratos de "swap cambial" e de dólares, com compromisso\n de recompra, seria mantido. As informações desencontradas geraram oscilações no\n mercado de dólar.\n \n Política de juros “vigilante”
\n O presidente do BC também reafirmou, em Singapura, que a política monetária\n (definição da taxa de juros) deve se manter "especialmente vigilante, de\n modo a mitigar riscos à frente e contribuir para o declino da inflação no\n horizonte relevante do regime de metas". A afirmação já constava na ata da\n última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na semana passada.\n \n O Banco Central já subiu a taxa básica de juros da economia brasileira em\n cinco oportunidades neste ano, começando em abril, quando a Selic estava em\n 7,25% ao ano. Atualmente, já se encontra em 9,5% ao ano, ou seja, houve uma\n alta de 2,25 pontos percentuais em 2013. A expectativa do mercado financeiro é\n de que os juros avancem para 10% ao ano no final de novembro - quando se reúne\n novamente o Copom.\n \n Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros\n para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Ao subir os\n juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los, julga,\n teoricamente, que a inflação está compatível com a meta.\n \n Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de\n tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o\n IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente. Em doze\n meses até setembro, o IPCA somou 5,86%. Em 2011 e 2012, somou 6,5% e 5,84% -\n patamar distante da meta central.\n \n O próprio Banco Central previu, no relatório de inflação divulgado no fim de\n setembro, um IPCA próximo de 6% em todos os quatro anos do governo Dilma\n Rousseff. O presidente da instituição, Alexandre Tombini, tem se comprometido\n somente com a queda da inflação neste ano, frente ao patamar de 2012 (5,84%) e,\n também, em 2014.