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O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros acredita que no final do ano que vem o Brasil poderá estar crescendo a uma taxa de 4%. Na média do ano ficará abaixo disso. Mas é a mais otimista projeção, mesmo entre aqueles que já avaliam que a economia está mesmo entrando num ritmo mais forte de recuperação.
Uma combinação de fatores explica essa retomada mais forte. A queda do desemprego, que vem se verificando mês a mês, terá impacto importante não somente porque aumenta o dúmero de pessoas empregadas. Mas porque também afeta a disposição ao consumo daqueles que, mesmo empregados, estavam receosos de serem demitidos. E por isso eram e ainda são consumidores cautelosos. A reversão da tendência muda o comportamento das pessoas empregadas, um contingente de cerca de 90 milhões de trabalhadores.
Os dados do Banco Central mostram queda no nível de endividamento e comprometimento da renda das famílias. Os bancos já registram aumento do crédito para pessoas físicas, movimento que deve se acentuar daqui para frente com a redução da taxa básica de juros. O Banco Central sinaliza com taxa Selic a 7,25% no final do ano. Pode cair abaixo disso, avaliam alguns economistas do setor privado.
O crescimento vai se espalhando. Os dados do comércio, serviços e indústria são positivos. O último segmento a reagir será o da construção civil.
Enfim, o quadro de recuperação da economia com base no consumo das famílias parece estar mesmo se consolidando. O que garante o crescimento deste e do ano que vem. A sustentação desse crescimento a partir de 2019 é outra história, vai depender do investimento, hoje em níveis dramaticamente baixos. O equivalente a cerca de 15% do PIB.