G1/LD
A conta de transações correntes registrou um déficit de US$ 14,511 no ano de 2018, informou nesta segunda-feira (28) o Banco Central.
Com isso, houve piora nas contas externas frente ao ano de 2017, quando havia sido registrado um déficit de US$ 7,235 bilhões. Com isso, o rombo dobrou no último ano.
Apesar do forte aumento no rombo das contas externas, o déficit ainda está bem abaixo do resultado registrado em anos anteriores.
"Apesar do aumento, este déficit ainda é baixo para os padrões da economia brasileria, que não apresenta riscos do lado externo da economia. Ele [rombo] foi inteiramente financiado pelos fluxos de investimento direto no país [no ano passado]", avaliou Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC.
A conta de transações correntes é formada pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior). Trata-se de um dos principais indicadores do setor externo brasileiro.
O principal fator que contribuiu para o aumento do rombo nas contas externas neste ano foi a redução do superávit (exportações menos importações) da balança comercial.
Previsão para 2019
A expectativa do Banco Central é de nova piora no rombo das contas externas neste ano. A previsão é de que o déficit em transações correntes some US$ 35,6 bilhões.
Para a balança comercial brasileira, a estimativa é de um superávit (exportações menos importações) de US$ 38 bilhões, com vendas externas em US$ 250 bilhões e importações em US$ 212 bilhões.
De acordo com Fernando Rocha, do BC, o aumento do déficit das contas externas é um "movimento esperado" quando a economia cresce, pois aumenta a demanda dos residentes no país por produtos do exterior. Para este ano, a expectativa do mercado é de uma alta de 2,5% no Produto Interno Bruto (PIB).
Investimento estrangeiro
O Banco Central também informou nesta segunda que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 88,314 bilhões em 2018, com aumento de 25% frente ao ano anterior (US$ 70,256 bilhões).
Foi o melhor resultado para um ano fechado desde 2012 - quando somou US$ 92,568 bilhões, segundo a série histórica do Banco Central.
Ainda de acordo com a instituição, os investimentos estrangeiros foram mais do que suficientes para cobrir o rombo das contas externas no ano passado (US$ 14,511 bilhões).
Para 2019, o Banco Central estima um ingresso de US$ 90 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.
Deste modo, os investimentos continuariam suficientes para "financiar" em sua totalidade o déficit das contas externas do período – cuja estimativa do BC é de US$ 35,6 bilhões neste ano.