Agência Brasil/LD
Depois de quatro meses seguidos de entrada de dólares, o Brasil registrou saída da moeda em agosto, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (5), em Brasília.
No mês passado, saíram mais dólares do país do que entraram. O saldo negativo chegou a US$ 4,250 bilhões. De janeiro a agosto, o saldo ficou positivo em US$ 24,178 bilhões.
O fluxo de dólares Brasil ocorre tanto por meio do comércio exterior como pelos investimentos de estrangeiros.
Em agosto, o fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) foi o segmento responsável pelo saldo negativo. O déficit chegou a US$ 9,802 bilhões.
Já o fluxo comercial (exportações e importações) ficou positivo em US$ 5,552 bilhões em agosto.
No acumulado de oito meses, o segmento financeiro ficou negativo em US$ 12,269 bilhões, e o comercial, positivo em US$ 36,447 bilhões.
O fluxo de dólares no país pode influenciar a cotação da moeda. Com menos dólares no mercado, como ocorreu em agosto, a tendência é de aumentar a cotação. Fatores influenciam cotação
Quando há mais dólares, a influência pode ser a redução da cotação. Entretanto, outros fatores também afetam o valor da moeda americana: o cenário externo e interno.
Atualmente, as incertezas eleitorais têm influenciado a cotação internamente, e, no cenário externo, a crise comercial entre Estados Unidos e a China e o aumento dos juros americanos, atraindo capital para aquele país, também afetam a cotação da moeda no Brasil.
Em agosto, a moeda norte-americana fechou com alta de 8,45% com relação ao real.
O dólar acumula no ano uma alta de 22,86%. No último dia do mês (31), a moeda chegou a R$ 4,072 para venda, com queda de 1,78% depois de atingir, nos dias anteriores, o segundo maior patamar do Plano Real, cotada a quase R$ 4,15.
As intervenções do BC também geram efeitos na cotação da moeda.
O BC atua para conter fortes oscilações e oferecer proteção cambial (hedge) às empresas. Em agosto, o BC fez rolagem (renovação) de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) e ofertou novos contratos desse tipo.
O BC também fez rolagem de vencimentos de contratos de leilão de linha, quando há venda de dólares das reservas internacionais do Brasil com compromisso de recompra mais adiante.