\n \n Na idade em que muitas meninas ainda brincam de boneca, Giovanna foi aprovada\n para o curso de Zootecnia e se classificou para Física na UFMS (Universidade\n Federal de Mato Grosso do Sul).
Aos 12 anos, a menina que mora em Campo Grande acaba de\n ser aprovada para os dois cursos que disputou como treineira, com base na nota\n obtida no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).\n \n Superdotada, Giovanna Conrado é acompanhada há três anos pelo Naah/MS\n (Núcleo de Altas Habilidades/Superdotação) da Secretaria Estadual de Educação,\n quando avançou do 4º para o 5º ano do Ensino Fundamental.\n \n A rotina é puxada: pela manhã ela faz o 9º ano na escola e três vezes na\n semana vai até o Núcleo, onde estuda física teórica e quântica, além de aulas\n de música com teclado e violão.\n \n “Ela sempre gostou de estudar e sempre foi muito competitiva, resolvia os exercícios\n que a irmã tinha na escola e começou a decifrar fórmulas”, conta mãe, Patrícia\n Conrado, 41 anos. A irmã de 15 anos também foi aprovada no Sisu (Sistema\n Unificado de Seleção) deste ano, para o curso de Economia. A nota de corte pelo\n Sisu para o curso escolhido por Giovanna é de 657,86.\n \n Os pais procuraram saber o que havia de diferente na filha e um exame de QI\n (Quociente de Inteligência) com uma psicóloga apontou índice de 135. Para se\n ter uma ideia, uma pessoa comum tem o QI por volta de 100 e o resultado da\n menina de Campo Grande aponta inteligência excepcional.\n \n Apesar do bom resultado, Giovanna não pensa em fazer o curso agrário já que\n seu objetivo é a Medicina, a exemplo do pai, Clodoaldo Conrado, 67 anos.\n \n No ano passado ela participou da Fetec (Feira de Tecnologias, Engenharias e\n Ciências) da UFMS e teve seu trabalho selecionado entre os melhores.\n Acompanhada por um professor da instituição, a criança apresentou uma pesquisa\n que mostra a aplicação da física quântica no cotidiano das pessoas. A tese\n selecionada vai ser apresentada na USP (Universidade de São Paulo).\n \n Patrícia é formada em Farmácia, Direito e Agronomia e conta que nem sempre é\n fácil entender a rotina da filha. “Difícil entender que ela está no quarto\n estudando 12 horas, 14 horas por dia e às vezes me pergunta de coisas que não\n sei.”\n \n A mãe critica o sistema ensino, que não está preparado para conviver com os\n alunos que são diferentes da maioria. “As escolas não estão preparadas e às\n vezes sinto que ela está desestimulada.”, comentou.\n \n Ela e o marido investem no desenvolvimento da filha, que hoje está na\n Inglaterra para um curso de inglês de três meses, e acreditam que é melhor que\n ela saia de Mato Grosso do Sul.\n \n “Estamos pensando em levar ela para fora no ano que vem, mas sabemos o\n quanto é complicado acompanhar”, disse.\n \n \n