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Educação
08/12/2021 11:13:00
Cartazes, aplausos e vaias marcam luta da Educação por rateio do Fundeb em Coxim
Ao apertar a campainha e pedir para que trabalhadores não se manifestassem durante as falas, presidente da Casa de Leis, William Meira, foi vaiado

Sheila Forato

A penúltima sessão ordinária de 2021 foi marcada por protesto dos trabalhadores em Educação de Coxim, que lutam pelo rateio da sobra do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), uma espécie de 14º salário, como acontece em outros municípios, inclusive da região norte, como Costa Rica.

Foto: PC de Souza

Estamos falando de aproximadamente R$ 2,5 milhões, que ao longo de 2021 não foram gastos com pagamentos dos trabalhadores em Educação, por conta da economia feita em decorrência da pandemia de Coronavírus (Covid-19).

Foto: Sheila Forato

Vestidos de preto e com cartazes pedindo o rateio, eles aplaudiram e vaiaram os vereadores, de acordo com o comportamento e o discurso de cada um. Primeiro a fazer uso da Tribuna, Abílio Vaneli (PT), foi um dos mais aplaudidos, assim como também recebeu gritos com a frase: “Esse me representa”.

O presidente da Câmara, William Meira (PSDB), que apertou uma campainha e pediu para os trabalhadores evitarem manifestações durante a fala dos parlamentares chegou a ser vaiado pela categoria. Ele explicou que estava cumprindo o regimento da Casa de Leis, porém, não ganhou a simpatia dos manifestantes.

Abilio é autor do projeto de lei que regulamenta o abono aos trabalhadores em Educação, que deve ser votado na próxima sessão ordinária, dia 14, devido ao regime de urgência especial. Vale lembrar que a matéria em questão apenas regulamenta, o pagamento depende do prefeito Edilson Magro (DEM).

Até o fechamento desta matéria o posicionamento da administração municipal, por meio de nota emitida pela secretaria de Educação, é contrário ao rateio da sobra, pois o município quer usar o recurso, de aproximadamente R$ 2,5 milhões, para pagar o parcelamento do Piso Nacional do Magistério não atualizado em 2020.

Foto: Sheila Forato

O Simted/Coxim (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) é contra essa manobra, uma vez que essa dívida do município junto aos trabalhadores já foi parcelada e tem sido paga mensalmente. “Esse parcelamento já foi um erro, feito sem aprovação da categoria em assembleia, porém, está feito, que seja cumprido da forma aprovada”, comentou a secretária-geral do Simted, professora Thereza Cristina Ferreira Pedro.

Ela lamentou a relutância da administração municipal em ratear a sobra. “O Edilson está perdendo a chance de entrar para história de Coxim como o primeiro prefeito a conceder 14º salário para o trabalhador em Educação”, ponderou Tina, como é conhecida a sindicalista. Ela já avisou, se o posicionamento do executivo não for revisto vai ter manifestação na rua, para que toda sociedade tome conhecimento.

Foto: Hugo Crippa/CMC

A vereadora e professora Marly Nogueira (PT) lamentou a ausência do Sinsmc (Sindicato dos Servidores Municipais de Coxim) na manifestação dos trabalhadores em Educação e repudiou a defesa feita pelo mesmo em prol do poder executivo numa reunião ocorrida durante a tarde, antes da sessão.

“Essa luta tem de ser de todos. Durante a pandemia muitos desses profissionais tiveram de comprar celulares, computadores e até mesmo aumentar a internet de suas casas para que o conteúdo chegasse até os alunos. Nada mais justo do que receberem esse abono no final do ano”, lembrou Marly.