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Educação
05/02/2015 16:41:00
Estudante da Bahia passa em 1º lugar em medicina na USP e Unicamp

G1/LD

Foto: Divulgação/Luciene Prates/Curso Interseção

Ana Luisa Rocha, de 18 anos, foi aprovada em primeiro lugar em medicina nos vestibulares da Universidade de São Paulo (Fuvest/USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Obteve ainda a maior nota entre todos os candidatos inscritos no geral nos dois vestibulares com a pontuação que conseguiu acrescida de bônus por ter feito o ensino médio em escola pública. Ana Luisa optou por estudar na USP.

A jovem que mora em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, fez o ensino médio no Colégio Militar de Salvador, uma escola pública federal, e ainda fez dois anos de cursinho pré-vestibular. Ana Luisa também foi aprovada na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP).

Mas esta não foi a primeira vez que a estudante viu seu nome nas chamadas das instituições. Quando ainda cursava o segundo ano do ensino médio, seu primeiro ano no cursinho pré-vestibular Interseção, no bairro da Pituba, em Salvador, Ana Luisa foi aprovada na UFBA e Uneb. Contrariando a vontade de seus pais, sua meta era passar na USP ou Unicamp e, com isso, se mudar para São Paulo.

"Insisti na minha meta de estudar em São Paulo e passei a me dedicar integralmente aos estudos no cursinho com foco na USP e Unicamp", conta a jovem, que saiu do colégio em junho de 2014. No colégio militar, quando um aluno é aprovado no vestibular no fim do segundo ano, ele conclui o ensino médio na metade no ano seguinte.

Com o fim da escola, a rotina de estudos intensificou. Ana Luisa acordava às 6h, estudava até as 11h30, almoçava, ia para o cursinho e lá ficava até às 19h10, voltava para casa e seguia com seus estudos até às 23h. "Como não tinha disponível o tempo desejado para estudar, tive que aprender a fazer um bom aproveitamento do tempo", afirma a jovem, que aos fins de semana ia ao cursinho para fazer simulados treinar redação.

Para conseguir o resultado desejado, Ana Luisa teve que abrir mão de suas leituras livres e de ir ao cinema com os amigos, mas acredita que isso seja necessário para chegar onde se pretende. "Todos os sacrifícios feitos, que são grandes e exaustivos, valem a pena no momento em que você vê o seu nome da lista de aprovados", conta a jovem.

Ana Luisa acertou 81 das 90 questões da primeira fase. Mas com o bônus de 15% do programa Inclusp para alunos de escolas públicas, a pontuação subiu para a nota máxima (90 pontos). Na segunda fase, Ana Luisa somou, com o bônus, 1.000 pontos, o máximo possível. Na Unicamp, ela ficou com 804,4 pontos, também a maior do vestibular.

Escolha Escolher entre USP e Unicamp não foi uma tarefa fácil. A vontade de seus pais era que a estudante escolhesse uma das universidades da Bahia, enquanto ela desejava estudar em uma das instituições paulistas.

"Meus pais me falaram muito pra não ir, por causa dos casos de violência que têm sido mostrados na USP, mas eles acabaram entendendo que era importante para mim", explica a estudante, que viu o Hospital das Clínicas de São Paulo como diferencial na decisão.

Medalha em olimpíada Além do sucesso que teve nos vestibulares, a estudante conquistou medalha de prata na XI Olimpíada Brasileira de Biologia. A princípio, Ana Luisa teve receio de ir ao México representar o Brasil. O medo era deixar de lado as outras disciplinas do vestibular e intensificar os estudos em biologia. "Depois eu percebi que todo este estudo me ajudou nas provas e me deu confiança", afirma.

Apesar de ter tido dois anos de rotina intensa, a jovem não perdeu a disciplina de estudos. "Mesmo cansada, eu consigo sentar e estudar tranquilamente. Nunca tive problema com concentração", conta.

"Acredito que o essencial para os vestibulandos é se conhecer e saber qual o seu melhor método de estudo, o que os faz render mais", explica a jovem, que acredita em pausas estratégicas para não desfocar.

Ana Luisa teve que diminuir suas idas ao cinema e seus livros de temas variados deram lugar a leituras obrigatórias dos vestibulares. "Meus pais, avós e amigos foram demais. Sem o apoio deles teria sido muito mais difícil", conta a estudante.