Alunos da rede estadual de ensino estão organizando uma passeata, marcada para esta quarta-feira (27), às 7 horas, em frente a Escola Estadual Pedro Mendes, em apoio a paralisação dos professores em Coxim.
Os estudantes estão usando as redes sociais para convocar a população em geral a participar do movimento em apoio aos professores, que também visa cobrar uma solução para o impasse entre o governo do estado e a categoria.
Conforme a convocação, os estudantes vão se reunir em frente à Escola Pedro Mendes Fontoura e seguem em caminhada até o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores da Educação). A intenção é unir forças em prol da melhoria na educação e exercer a cidadania, já que os estudantes são os maiores prejudicados com a greve.
Ainda segundo os estudantes, o movimento é idealizado exclusivamente por alunos, sem envolvimento de nenhuma instituição escolar ou professor.
Greve
Com mais de 90% dos votos dos delegados presentes na Assembleia Geral da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS), mais de quatrocentos e cinquenta professores e administrativos em educação de todo o Estado, que foram escolhidos para representarem as cidades em Assembleias municipais realizadas na última quinta-feira (21), deliberaram por negar a proposta apresentada pelo Governo do Estado e deflagrar greve na Rede Estadual de Ensino, por tempo indeterminado, a partir de quarta-feira (27).
De acordo com o presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli Cesar, a luta é pelo cumprimento da lei e pela valorização dos trabalhadores em educação. " Exigimos o pagamento de 10,98% de reajuste dos professores. Referente ao cumprimento da Lei Estadual n° 4.464, de 19 de Dezembro de 2013, que rege sobre a implantação do Piso Salarial Nacional por 20 horas, como prevê o Plano Nacional de Educação. No compromisso firmado, o Governo do Estado, tinha até o dia 15 de maio, para negociar com a FETEMS, o pagamento do piso nacional por 20 horas até 2018 e a proposta apresentada é um retrocesso, pois ao invés da implementação do piso em quatro anos, que seria 2018, o poder público propôs reformular a Lei e aumentar a implementação para oito anos, no caso a legislação só seria cumprida em 2022", disse.
O presidente explicou também que o poder público estadual também se nega a debater e a pagar 1/3 de hora-atividade para os professores, referente a 2013. "Este pagamento foi acordado no Pacto pela Educação Pública de outubro de 2012 e está consolidado na Lei Complementar 165 e o governo se quer coloca isso em ponto de pauta em nossas reuniões", afirma.
Para Roberto Botareli um dos pontos que motivaram a greve e merecem mais destaque é a questão dos administrativos da educação. " Além disso, o Governo do Estado anunciou índice zero de reajuste aos administrativos em educação, que são as nossas merendeiras, agentes de limpeza, de manutenção, de atividades educacionais, de portarias, enfim, os educadores que cuidam das nossas unidades escolares e nós não aceitamos isso de maneira nenhuma. Uma das questões que não avançaram nenhum um pouco na negociação foi a valorização dos profissionais da educação. Insistimos e não houve por parte do governo se quer interesse em atender a nossa solicitação de mudança da data base dos administrativos, para que ela viesse para janeiro e a unificação da categoria fosse consolidada", explicou.
Com a greve, serão cerca de 270 mil alunos sem aula, 362 escolas fechadas e cerca de 25 mil profissionais em educação parados.