CE/LD
O governo do Estado de Mato Grosso do Sul investe R$ 2,733 bilhões por ano para implementar tecnologia e inclusão em 348 escolas da Rede Estadual de Ensino (REE). O objetivo é ampliar o conceito de Escola do Futuro para todas as unidades públicas no Estado, com tecnologia e acessibilidade para alunos, professores e demais funcionários da educação.
O secretário de Estado de Educação, Hélio Daher, afirma que a Educação Básica deve atrair o aluno para que ele goste de estudar, e isso envolve não só a tecnologia, mas todo o espaço de aprendizagem.
“Então, qual é o nosso foco na Escola do Futuro? É ter um espaço de aprendizagem em que o estudante explore a conectividade, é uma escola que trata o lixo, que faz conexão com gás natural. Estamos começando a instalar energia solar nas escolas”, frisa Hélio Daher.
De acordo com o secretário, existem conceitos que são aplicados nas escolas e vivenciados pelos alunos por todo o caminho profissional. Para ele, isso reflete posteriormente em várias situações, até nas práticas correntes do mercado de trabalho.
“Estamos modernizando os parques tecnológicos das escolas e o acesso dos nossos estudantes. Hoje, o professor de Ensino Médio recebe um tablet da Secretaria de Estado de Educação para poder trabalhar com os estudantes, então, há um investimento pesado. Temos também que ensinar o estudante a utilizar a tecnologia a favor de aprendizagem. Tem que mostrar como utilizar a internet para o lado bom da coisa. Isso é um desafio em que a gente investe”, comenta.
Na sala de aula
A Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado é a primeira unidade do Estado a implementar a tecnologia na sala de aula. De acordo com o governo do Estado, foram instaladas lousas digitais conectadas à internet no lugar dos quadros de giz. Ao lado, um quadro branco de preenchimento com canetão auxilia o professor, assim como outro quadro, de vidro, fica no fundo.
“A lousa digital auxilia muito. Os alunos podem participar mais, ir até a lousa e fazer junto do professor experimentos e simulações nesse formato digital. Ajuda a entender, a ver o que está acontecendo. Você pode colocar várias mídias, como PowerPoint com animações. É bem útil e incentiva a interação do aluno com o conhecimento”, comenta o professor de Física Marco Aurélio Marques.
“Na escola tradicional, o aluno fica da porta para o fundo e o quadro na frente. Agora, não, tendo a frente e o fundo nesse formato, a sala fica maior, mais dinâmica. Você interage mais, o aluno procura, vai onde está o professor. Não há mais grupos de fundão. A sala está espalhada, ficou bastante interessante”, completa Marques.
Aluno do 1°C da Escola Estadual Maria Constança, Vitor Alexandre tem 16 anos e chegou este ano à unidade escolar, oriundo da Rede Municipal de Ensino (Reme).
“Esse ensino diferente que peguei aqui certamente vai me ajudar bastante. Tenho dificuldade na área de exatas, então não posso reclamar. Essa tecnologia atrai mais os alunos”, conclui o jovem, enquanto faz cálculos de densidade na lousa digital.
Vitor destaca que as tecnologias auxiliam em aulas práticas. “Em Matemática, que eu tenho mais dificuldade, isso ajuda bastante a fazer as contas sem tanta dificuldade. Na aula de Física, a gente consegue contar com mais facilidade, algo que no quadro normal é mais difícil”, comenta o estudante.
INCLUSÃO
Um dos benefícios do uso da tecnologia é a inclusão de crianças que têm alguma deficiência física ou mental. Elizangela Dias é mãe de um jovem autista e afirma que desde que matriculou o filho na escola percebeu o desenvolvimento e a segurança ao levá-lo para a escola, assim como seu outro filho, que atualmente frequenta um colégio particular.
“O Pedro tem sido muito bem cuidado, o que nos faz pensar em levar o nosso outro filho Gabriel para lá também, se conseguirmos vaga, pois é uma escola muito concorrida”.
A transferência escolar é algo comum para Reinaldo Schmitd, diretor da escola, que diz já ter recebido vários alunos de colégios particulares.
“Não querem mais sair. Conheceram a metodologia de ensino, viram a nossa estrutura e ficaram de vez”, conta.
Elizangela argumenta que tinha muita dificuldade em levar o filho para a escola e acabava o fazendo “na marra”. Além disso, quando saía da escola, Pedro demonstrava muito desânimo.
“No início, eu pensava como uma criança que não gosta de ir para a escola vai ficar em período integral? A gente achou que não funcionaria, mas deu tudo certo. No caso do Pedro, já no início das aulas ele teve um professor para acompanhá-lo. Existe uma acessibilidade da família simplificada a todo o corpo técnico da escola. Isso facilita”, conclui Elizangela.