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Educação
17/08/2024 12:00:00
Pesquisa de MS mostra a importância do pai durante a internação pediátrica
Profissionais da saúde comprovam que os pais precisam participar desse momento

CGN/LD

Uma pesquisa acadêmica inédita, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), mostra que é necessário a maior inclusão da figura masculina no ambiente hospitalar pediátrico. Divulgado nesta sexta-feira (16), o cuidado está muito associado às mulheres, mas isso tem relação com o machismo e traços de uma estrutura patriarcal.

Letícia Oliveira Bortoloto, estudante de psicologia, em sua pesquisa pode comprovar que, apesar das mudanças no modelo de paternidade, os homens ainda enfrentam barreiras significativas para se envolverem nos cuidados de saúde dos filhos. Ele pode chegar a essa conclusão após vivências e participação dos servidores da área de pediatria da Humap-UFMS (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) de Campo Grande.

A pesquisa ressalta que, no Brasil, o machismo e a estrutura patriarcal reforçam a necessidade dos homens de provar sua virilidade, muitas vezes através de comportamentos de risco. Mesmo com a evolução do papel paterno, as mulheres continuam sendo as principais cuidadoras durante o adoecimento dos filhos.

Foi utilizada a metodologia qualitativa, onde os profissionais de ambos os sexos, que ressaltaram a importância do cuidado como parte do papel paterno. No entanto, a realidade cotidiana ainda reflete o modelo de masculinidade hegemônica, onde os homens são vistos como provedores e protetores, enquanto as mulheres são as principais cuidadoras.

Os entrevistados apontaram que os homens têm dificuldades em realizar cuidados básicos, como alimentação e higiene, devido à falta de prática. O estudo conclui que "é urgente pensar em ações que facilitem a inclusão dos homens-pais nos serviços de saúde, respeitando suas necessidades e promovendo um ambiente mais inclusivo".

A visita ampliada, disponível no Hospital Universitário, foi destacada como uma ação facilitadora, permitindo maior participação dos homens no processo de adoecimento dos filhos.