Exame/PCS
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a determinação de não se candidatar em 2018 não é “irreversível”.
Questionado sobre a possibilidade de disputar o Planalto, ele reafirmou o apoio ao seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), mas não descartou concorrer caso haja desgaste dos nomes tucanos mais cotados para a eleição. O mesmo ele disse em relação a uma candidatura ao governo paulista.
As declarações foram dadas em entrevista ao jornal “SBT Brasil”, do SBT, veiculado na noite desta segunda-feira, 13.
Na semana passada, o prefeito negou a intenção de disputar a Presidência e declarou adesão ao nome de Alckmin, que, por sua vez, admitiu publicamente a intenção de concorrer ao Planalto no próximo ano.
Questionado se concordava com a frase do político mineiro Magalhães Pinto de que “política é como nuvem: você olha, ela está de um jeito, você olha e ela está de outro”, Doria disse que “nada é irreversível, exceto a morte”.
No entanto, o prefeito que o seu candidato é Alckmin. “Não é apenas porque nós temos uma amizade de 36 anos e não é apenas porque ele me apoiou para a Prefeitura de São Paulo. É porque ele é bom, é competente, é sério, é dedicado, é honesto. É um bom gestor, um quadro excepcional do PSDB”, afirmou.
Doria disse também que defende a realização de prévias no PSDB, tanto para a escolha do candidato à Presidência como ao candidato ao Palácio dos Bandeirantes.
O prefeito também não descartou uma candidatura ao governo paulista já no ano que vem. Questionado sobre a eventual disputa para os Bandeirantes, ele repetiu: “Vou usar o mesmo Magalhães Pinto: nada é irreversível. Eu não tenho isso como planejamento, e estou ‘prefeitando’. O melhor que eu posso fazer é ser um bom prefeito”.
Na edição desta segunda-feira, 13, o jornal O Estado de S.amp;gt; Paulo mostrou que o nome de Doria ganha força entre tucanos para concorrer ao governo – entre os apoios declarados está o do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez (PSDB).
Caixa 2
Na entrevista ao SBT Brasil, o tucano também disse ser contra a qualquer proposta de anistia de caixa 2 praticado em campanhas eleitorais. Questionado sobre a ideia, afirmou que “a tese tem de ser avaliada”.
“Eu não concordo com ela (anistia), mas acho que tem de ser avaliada. Discordo do caixa 2. É preciso ter um novo formato. O formato atual e o passado (de financiamento de campanha) não funcionam.”
Doria afirmou que o surgimento da proposta, com o avanço da Operação Lava Jato e possíveis citações de tucanos e peemedebistas em delações premiadas, não é uma “coincidência positiva”.
“Ela (a coincidência) torna mais vulnerável a tese (de anistia), por isso não me filio a ela, embora eu compreenda a tese. Mas ela se torna mais vulnerável dado o estágio avançado da Lava Jato”, disse o prefeito.
Para o tucano, denúncias de corrupção no PT e no PSDB “são atitudes distintas”. “O PSDB não é PT. A profundidade da corrupção do PT foi a maior montagem de quadrilha na história política do mundo. Primeiro não há corrupção do PSDB, há suspeitas. Eu confio no Ministério Público e confio na Justiça também. O que eu entendo é que tudo tem de ser apurado. Aplique-se a pena”, finalizou.