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Eleições 2018
16/04/2017 08:10:00
Efeito dominó de delação da Odebrecht dá força à tese de que Lula deve ser o candidato ‘da política’

Folha/PCS

Painel

Ele por todos A delação da Odebrecht fez irradiar para além da esquerda a tese de que a candidatura do ex-presidente Lula em 2018 é vital para evitar o extermínio da política. Com o lodaçal lançado sobre diversas siglas, há um trabalho para atrair desde já legendas de centro para a órbita do petista — a começar por caciques do PMDB, que teriam “senso de sobrevivência”. Tudo sob a premissa de que só Lula teria a couraça grossa o suficiente para travar uma batalha campal contra a Lava Jato.

Prova de fogo A articulação está fora da alçada do PT. Para o governador Flávio Dino (PC do B-MA), a “dinâmica que se desenha é de embate entre o ‘Partido da Lava Jato’ e o Lulismo”. “Há até uma data de lançamento desse confronto: 3 de maio, em Curitiba”, diz. Este é o dia em que Lula irá depor a Sérgio Moro.

Amostra Aliados do petista querem marcar presença no dia do encontro entre Lula e Moro. Só do Paraná, são esperados 15 mil militantes. Há ainda caravana organizada pela Frente Brasil Popular, que contabiliza quatro ônibus saindo de Brasília e dez do Acre.

Nós contra eles O PT, porém, espera clima de tensão. Dirigentes da sigla acreditam que, assim como haverá claque pró-Lula, muita gente vai se mobilizar para hostilizar o petista e defender a Lava Jato.

Na unha Muitos fatores podem alterar a rota pró-Lula. Espera-se que ele sofra uma condenação até junho. Depois disso, haverá gritaria para evitar veredito colegiado, que o tornaria inelegível.

Ele não Lulistas também torcem para que Michel Temer banque a ideia de nomear alguém “menos bélico” para a vaga do procurador-geral Rodrigo Janot, em setembro.

Terra arrasada Há o diagnóstico de que o PSDB foi atingido em cheio não só pela gravidade das acusações que a Odebrecht fez sobre seus líderes, mas porque elas fulminam o discurso que a sigla usa contra o PT desde 2005, de combate à corrupção.

Uma andorinha João Doria, que emerge como a opção dos tucanos para o Planalto, vestiria bem o discurso da antipolítica, mas teria o desafio de encontrar uma fórmula para usar sua artilharia contra os que chama de corruptos sem atingir os principais caciques do partido pelo qual se elegeu prefeito de SP.

Efeito dominó A lista de Edson Fachin, do STF, também embaralhou a disputa nos Estados. Inclui potenciais candidatos a governador como o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), Marcio Lacerda (PSB-MG), e o ministro Hélder Barbalho (PMDB-PA).

2016? A avaliação é que pode haver uma repetição do resultado que predominou em grandes capitais no ano passado: a opção por “outsiders”. “Mesmo que a gente chame todos os pais de santo, eles não adivinharão como vão ser essas eleições”, diz Otto Alencar (PSD-BA).