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A discussão sobre a sucessão estadual, em 2018, continua rendendo repercussão nos bastidores e publicamente. Duas lideranças políticas estão no foco da polarização do debate: governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o ex-governador André Puccinelli (PMDB). As reuniões estão sendo intensas entre líderes e dirigentes partidários para tratar do processo eleitoral.
Os políticos que migraram para aliança de Azambuja, em 2014, estão preocupados com o seu desempenho e alertaram para o risco de fracasso nas urnas. E este ano poderá ser decisivo para mudança de rumo da política do governador recuperar prestígio e conter o avanço da oposição com a pré-candidatura de André Puccinelli.
“O ano de 2017 é decisivo. Vamos ver como o governador vai se comportar, pois até agora ele não está fazendo um bom trabalho”, advertiu o deputado federal Luiz Henrique Mandetta, presidente regional do DEM. “Azambuja precisa melhorar muito para pleitear a reeleição”, ressaltou.
Mandetta destacou André como político competitivo e com condições de ameaçar a reeleição de Azambuja. “O André é um forte nome, porque existe memória de oito anos de um bom trabalho”, afirmou o dirigente democrata.
Mas o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) pensa diferente do Mandetta. “Acho que essa discussão é prematura e até tola”, afirmou. Para ele, a definição de candidaturas à sucessão estadual dependerá, na sua avaliação, do rumo da economia, da arrecadação e do investimento. “Estamos em um sistema brasileiro falido”, enfatizou.
Teixeira defendeu o governador Reinaldo Azambuja das críticas sobre o seu desempenho na administração do Estado. “Eu sou companheiro do Azambuja e não concordo com a opinião do Mandetta, pois acho que Reinaldo está gerindo de uma maneira excelente”, afirmou. Ele questionou o desempenho de Mandetta na Câmara dos Deputados. “Será que Mandetta está fazendo um bom trabalho? Legislar é bem diferente de executar!”, afirmou.
Mas Teixeira não criticou o virtual rival do atual governador. Para ele, “André já escreveu sua história e escreveu bem, porém Azambuja está escrevendo a sua ainda e está indo bem também”.
O vereador de Campo Grande, Paulo Siufi (PMDB), que deverá assumir vaga do prefeito Marcos Trad (PSD) na Assembleia Legislativa, não tem dúvida sobre a força de André na disputa pelo governo estadual. “Se o partido entender, que através das pesquisas populares, o André é cogitado, como estamos analisando, então vamos lançá-lo como candidato a governador”, afirmou. “Nosso partido é forte. Marcos Trad era do PMDB e agora é prefeito de Campo Grande. Na Assembleia temos seis deputados, somos uma bancada grande”, ressaltou.
Diante do novo cenário político de Mato Grosso do Sul apontando chances ao PMDB para retomar o poder, Siufi disse estar analisando 2018 com mais carinho. “Vamos buscar o nosso espaço. Meus colegas na Assembleia tem o mesmo entendimento”, afirmou.