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O protesto da torcida do Fluminense no desembarque do time, no último domingo, não causou no técnico Abel Braga dor maior do que a derrota por 1 a 0 para o Grêmio, em Porto Alegre. A um ponto da zona de rebaixamento, o clube já sente o calor da crise. E o treinador enxerga no São Paulo, companheiro de angústia, o modelo perfeito a ser adotado pela torcida.
O Tricolor Paulista levou no domingo 43.071 torcedores ao Morumbi. Público impressionante para um time que, depois de 13 rodadas no grupo de rebaixamento, conseguiu subir para o 14º lugar ao vencer o Sport por 1 a 0. O São Paulo tem os quatro melhores públicos do Brasileiro. E a melhor média do país na temporada: 33.352 torcedores.
- O momento agora é de fazermos o que vêm fazendo já há algum tempo, sem sair da zona, a torcida e direção do São Paulo. Temos que estar todo mundo junto, mas não vamos fazer já nesse momento uma terra arrasada, não. Vamos botar a cabeça de fora e respirar, pois na semana que vem já tem clássico - disse Abel, em conversa com o Blog Extracampo.
O Fluminense volta a campo somente no dia 12, para enfrentar o Flamengo, no Maracanã. Tempo suficiente para a poeira baixar e a torcida se acalmar. É do protesto no Aeroporto Santos Dumont que Abel Braga tira força para apostar na salvação, após cinco jogos sem vencer. Engana-se quem pensa que ele ficou aborrecido com a manifestação dos tricolores. Ele enxerga pontos positivos na revolta.
- Foi um manifesto que gostei de ouvir, inclusive. Sou solidário aos caras, mas sou solidário também aos jogadores, que estão procurando fazer o máximo. Dizer que sou o representante deles me dá mais força, mais motivo ainda para a gente poder tirar o clube desse momento. As coisas nunca acontecem por acaso no futebol. Foi um protesto sem qualquer tipo de violência, sem ofensa.