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O Corinthians de Fábio Carille pode até tropeçar contra adversários menores, mas vem se notabilizando por vencer jogos grandes, clássicos, aqueles que mudam o momento de uma equipe na temporada.
O duelo deste sábado contra o Palmeiras, em Itaquera, mostrou um Carille ousado e sem medo de testar: com um esquema tático utilizado na conquista da Taça Libertadores de 2012, com Tite, o Corinthians surpreendeu o rival, foi melhor e mereceu a vitória – a quarta do técnico em quatro Dérbis.
A vitória por 2 a 0 nasceu ainda na véspera, quando o técnico, sem reclamar das opções que tem no elenco, tratou de tentar potencializar o que tem de melhor nas mãos.
Agora, além de "virar a chave" e afastar a pressão do início de temporada, o Corinthians tem duas opções táticas para a estreia na Taça Libertadores, nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), contra o Millonarios, na Colômbia:
-Utilizar o 4-2-3-1, com Mateus Vital ou Jadson por dentro, mais Romero ou Júnior Dutra centralizado (Rodriguinho está suspenso); -Manter o 4-2-4 do clássico, sem uma referência na área.
As variações táticas mostram um Carille cada vez mais maduro no comando técnico do Corinthians. A provável chegada do ótimo Alex Teixeira só fará o time aumentar seu repertório e encontrar soluções mesmo quando elas parecem complicadas.
A nova opção tática
Carille não é de fechar treinos para a imprensa, mas, na quinta-feira, preferiu ter parte da atividade sem a presença dos jornalistas. Não que quisesse esconder a escalação. Sua intenção era testar um esquema que deu certo com Tite na Taça Libertadores de 2012.
Para refrescar a memória: sem centroavante, o Timão contava com Jorge Henrique, Alex, Danilo e Emerson Sheik no ataque, numa linha de quatro jogadores, nenhum deles fixo, perto da área. Movimentação constante e trocas de passes eram a chave dessa formação.
Neste sábado, Jadson e Rodriguinho atuaram por dentro e foram os homens mais avançados, com Clayson e Romero abertos pelas pontas. Perdidos, os zagueiros e volantes do Palmeiras não souberam como anular a posse de bola corintiana.
O Timão teve a bola por 56% do tempo, afastando a tendência de jogar fechado e esperar a ação de adversários de mesmo nível ou mais fortes.
O belíssimo gol de Rodriguinho, que abriu o placar, é reflexo dessa paciência: 1min23s com a bola nos pés, 28 passes trocados, e marcação baixa do Palmeiras o tempo todo. A rápida movimentação e o drible desconcertante em Antônio Carlos e Borja fecharam o lance perfeito.
Por outro lado, a intensidade também apareceu na marcação. Com duas linhas de quatro bem próximas, mais Jadson e Rodriguinho, o Timão quebrou as linhas de passe do Palmeiras e impediu que Lucas Lima, por exemplo, pudesse ter liberdade para criar.
No segundo tempo, com padrão mantido, o Corinthians criou mais e mereceu ampliar o placar. Alheio às polêmicas com o árbitro Raphael Claus, que expulsou Jailson após lance com Renê Júnior, o Timão manteve a cabeça no lugar e viu o rival se perder. Mais um ponto positivo no melhor jogo da equipe em 2018.
A quatro dias da estreia na Libertadores, Carille usou o Dérbi, com sucesso, para dar alternativa importante ao Timão. Sem Kazim, suspenso por cinco jogos, e com Júnior Dutra em adaptação, o esquema tático sem centroavante pode se tornar tendência na competição internacional. Em 2012, com Tite, deu tão certo que acabou em título...