Agência Brasil/LD
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) convocou hoje (19), em São Paulo, os 278 atletas que participarão da Rio 2016. Esta é a maior delegação paralímpica do país ( 181 homens e 97 mulheres) e, pela primeira vez, o país terá representantes nas 22 modalidades esportivas.
Andrew Parsons, presidente do CPB, disse que a meta é alcançar o quinto lugar. “O Brasil não entra em nenhuma das 22 modalidades para ver como é que é, para passear. Nas 22 [modalidades], a gente é muito competitivo”, afirmou. Os jogos serão de 7 a 18 de setembro.
Segundo Parsons, atletismo e natação ainda são os carros-chefes da delegação, mas outras modalidades, como a canoagem, que estará pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos, também representam esperança de medalha.
Luis Carlos Cardoso, atleta da canoagem, ficou paraplégico aos 25 anos, após um parasita se alojar na medula. Ele conta que vem intensificando o ritmo de treinos e a carga só será reduzida quando o início dos jogos se aproximar.
Imagens do Rio de Janeiro
“Estou super ansioso para que chegue logo. Estive no Rio de Janeiro fazendo o período de treinamento na Lagoa Rodrigues de Freitas, foi incrível, pude sentir um pouco do clima. E ver a arquibancada como está bonita. Está todo mundo focado para a gente fazer o nosso melhor”, disse o atleta.
Com o avanço da sua síndrome degenerativa, Susana Schnarndorf, atleta da natação, teve de mudar de categoria. Susana, que tem uma doença chamada Shy-Drager, foi quarta colocada nos 100 metros peito e quinta classificada nos 200 metros medley das Paralimpíadas de Londres.
“É o sonho de qualquer atleta disputar uma Paralimpíada em casa. Ver os amigos, a família, o povo todo torcendo para a gente. Eu tinha tudo para não estar aqui agora, mas, para mim, é um sonho que estou realizando”, disse ela.
O presidente do CPB informou que não teme a redução de recursos após a Paralimpíada. A principal fonte de financiamento dos esportes paralímpicos é a Lei Agnelo/Piva, que prevê a destinação de 2% da arrecadação bruta das loterias federais em operação no país, descontadas as premiações, para os comitês olímpicos.
“Talvez a gente seja uma das poucas entidades esportivas no Brasil que não está com medo do período pós-Rio. Pelo contrário, a gente vai ter quatro anos com centro de treinamento e mais recursos para encarar esse desafio de Tóquio [onde serão os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020]”, finalizou.