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Diante de um mar vermelho e branco, era preciso ir ao limite. Mas, ao levar a pior em uma decisão polêmica, o Brasil se viu sem forças para reagir. Nesta quinta, nas quartas de final da Liga das Nações, a seleção até começou bem diante de uma Polônia impulsionada por uma multidão no ginásio em Gdansk. No último lance do primeiro set, porém, o árbitro deu ponto para o time da casa sob muitos protestos dos brasileiros. Em vão. A partir dali, de pouco adiantou a luta: 3 sets a 0, parciais 26/24, 25/21 e 25/20, e um adeus precoce.
A derrota tira o Brasil da briga por medalhas da Liga pelo segundo ano seguido. Nas semifinais, a Polônia vai encarar o Japão, que passou pela Eslovênia em 3 sets a 0. Na outra chave, os Estados Unidos encaram a Itália em busca da vaga na decisão.
Lance chave
No último ponto do primeiro set, Alan explorou o bloqueio após um longo rali para marcar. A Polônia, porém, pediu desafio e acusou o toque no oposto brasileiro na volta da bola. A arbitragem voltou atrás e deu razão ao pedido polonês. Foi a senha para muita reclamação de Bruninho, capitão, e do técnico Renan Dal Zotto. Apesar do protesto, nada mudou.
Próximo passo
O Brasil volta à quadra no fim de agosto, entre os dias 26 e 30, para a disputa do Sul-Americano, em Recife. Será a última competição antes do Pré-Olímpico, no Rio de Janeiro, a partir do dia 30 de setembro.
Os números
Maiores pontuadores:
Sliwka (POL): 16 pontos
Alan (BRA): 15 pontos
Leon (POL): 11 pontos
Bienek (POL): 10 pontos
Lucarelli (BRA): 10 pontos
Pontos de ataque:
Brasil: 35 pontos
Polônia: 37 pontos
Bloqueio:
Brasil: 5 pontos
Polônia: 10 pontos
Pontos de saque:
Brasil: 5 pontos
Polônia: 9 pontos
Erros de adversários:
Brasil: 20 pontos
Polônia: 20 pontos
1° set - Ponto polêmico define, e Brasil larga atrás
Alan voou por trás da linha de três para abrir a conta. Lucarelli, na sequência, parou o ataque de Kurek com um bloqueio. O início animou. Só que não dava para ser tão simples. Aos poucos, a Polônia se soltou. No ataque de Kochanowski, os donos da casa passaram à frente em 7/6. O Brasil se manteve firme e chegou a abrir 10/8, mas os poloneses foram buscar. Era um jogo difícil – e era preciso ir ao limite.
Um ataque para fora de Honorato fez a Polônia abrir 17/15. Só que o Brasil foi buscar. Alan, com um saque potente, recolocou a seleção à frente com 19/18. Pouco depois, Kurek mandou para fora e marcou 21/19 para os brasileiros. O técnico Nikola Grbić, então, pediu tempo. Funcionou. A Polônia foi buscar e deixou tudo igual no bloqueio de Kurek sobre Lucarelli (22/22). O Brasil ainda teve a chance de fechar o set depois de ponto de Lucarelli.
Mas aí o jogo esquentou rumo ao ponto mais polêmico. A Polônia passou à frente mais uma vez. O Brasil, porém, teve a chance de evitar o set point em ataque de Alan explorando o bloqueio. Em um primeiro momento, a arbitragem marcou ponto brasileiro. No desafio, porém, voltou atrás. Renan Dal Zotto e Bruninho reclamaram muito e foram aos gritos para a mesa de vídeo. Não funcionou. No fim, 26/24 para os donos da casa.
2° set - Brasil tenta reagir, mas Polônia amplia
Ao voltar à quadra, o Brasil pareceu ainda sentir a dor da queda anterior. A Polônia, então, aproveitou. O time da casa acelerou e marcou 7/2 em um ataque de Kurek. Renan, então, mudou. Colocou Cachopa no lugar de Bruninho e tentou acertar o time. Dois bloqueios seguidos de Honorato deram fôlego à seleção. A Polônia até voltou a abrir, mas o Brasil chegou ao empate em 12/12 em um ace de Lucão.
O Brasil chegou à frente pelas mãos de Alan, o melhor em quadra, marcando 17/16. A vantagem, porém, foi passageira. A Polônia mais uma vez tomou a dianteira e abriu 21/18 no ataque de Sliwka. A seleção até tentou voltar à briga. Não conseguiu. No ataque para fora de Honorato, 25/21.
3° set - Polônia se impõe e elimina o Brasil
Renan chamou Leal para a partida na volta à quadra. Ainda que fora de forma, o ponteiro deu mais força ao ataque brasileiro. A seleção, por um momento, voltou a fazer frente aos rivais. Mas faltou forças. Leon, no saque, destruiu o passe brasileiro. Com um ace, colocou a Polônia à frente para não sair mais: 13/12.
O Brasil ainda tentou mudar mais uma vez, com Bruninho e Roque em quadra. Sobrava vontade, mas faltava forças para reagir. A Polônia não demorou a disparar. No fim, 25/20 e adeus à Liga das Nações.