OG/LD
O Brasileirão retorna nesta quarta-feira com seis partidas que envolvem candidatos ao título, pretendentes a uma vaga na Liberadores e desesperados contra o rebaixamento. São os casos opostos do Botafogo, que enfrenta o América-MG em Belo Horizonte, e do Vasco, que recebe o Fortaleza em São Januário.
E é provável que, em menos de um mês, tenhamos respostas definidas ou muito bem encaminhadas. Nos próximos 26 dias, os 20 clubes terão oito jogos até a próxima paralisação para a Data Fifa, a partir do dia 13 de novembro.
Num recorte do topo e da parte inferior da tabela, O GLOBO avaliou os jogos dos cinco primeiros e daqueles que tentam evitar as duas vagas na Série B (considerando que América-MG e Coritiba têm mais de 90% de risco de queda).
Nessa maratona, o Botafogo (líder), o Grêmio (terceiro) e o Palmeiras (quarto) têm mais chances de terminar a corrida à frente — mas cravar o título é um cálculo difícil, ainda mais que os dois concorrentes enfrentam o alvinegro.
Ainda que tenham clássicos regionais nesse período, o alvinegro e o alviverde têm a seu favor o bom desempenho como visitantes. O Botafogo soma 54% de aproveitamento fora de casa; o Palmeiras, 43%. Longe do tapetinho, o time carioca enfrenta o América-MG (com grande risco de rebaixamento), o Fortaleza (disputa vaga na Libertadores se não for campeão da Sul-Americana), o Vasco (luta para não cair) e o Bragantino (concorrente do momento).
Os 30 melhores times campeões da história do Brasileirão escolhidos por jornalistas
O Palmeiras tem a vantagem de fazer cinco das oito partidas em seus domínios, onde poderá se recuperar na competição após sofrer três derrotas seguidas nas últimas rodadas. Em casa, enfrentará times que figuram no meio ou na parte inferior da tabela. Fora de casa, terá o confronto direto com Botafogo e Flamengo, por exemplo.
O Grêmio, por sua vez, pega mais times em dificuldades. Os confrontos mais complicados tendem a ser contra o Botafogo, Flamengo e São Paulo. Quase todos os demais adversários ainda lutam para escapar do risco do rebaixamento.
Já Flamengo e o vice-líder Bragantino terão uma sequência recheada de desafios. O rubro-negro encara três adversários diretos na briga por vaga na Libertadores (Grêmio, Palmeiras, Bragantino e Fortaleza) e tem dois jogos com rivais regionais (Vasco e Fluminense). Pode conseguir algum desafogo diante do Cruzeiro e do Santos.
O atual segundo colocado precisará mostrar que tem fôlego para se manter na briga. A missão não será das mais fáceis. O Bragantino terá pela frente três grandes de São Paulo. Ainda que São Paulo, Corinthians e Santos estejam patinando na competição, não serão jogos tranquilos. O time do interior paulista também vai encarar três grandes do Rio, e todos eles com grandes aspirações no campeonato.
Na parte de baixo
Com América-MG (18 pontos) e Coritiba (20) com 98,2% e 91,4% de chances de queda, respectivamente, a luta contra o rebaixamento se concentra nas duas primeiras posições da zona. Hoje, uma distância de seis pontos separa o Vasco, 17º colocado, do Cuiabá, 11º. No bloco final, que vai do 18º ao 15º colocado, Santos (30 pontos), Bahia (28), Vasco (27) e Goiás (27), embolados, conhecerão seus destinos jogo a jogo. Entre estas equipes, são os goianos que têm mais confrontos diretos (dois, contra cariocas e santistas) nos próximos oito jogos.
O cruz-maltino e o Peixe encaram dois clássicos cada, enquanto Bahia e também o Vasco são os que mais têm confrontos contra times do G6 (três cada um). Contra o São Paulo, nesta quarta, o esmeraldino, que tem contado com a Serrinha como arma nesse segundo turno, tenta ampliar a quantidade de pontos que têm feito nas últimas rodadas: foram cinco empates e duas vitórias nos últimos 10 jogos. É lanterna do returno.
Santos, Vasco e Bahia mantêm equilíbrio até nas trajetórias. Os três ocupam 4ª, 6ª e 7ª colocação do segundo turno. Não à toa, disputam rodada a rodada quem entra e quem sai no Z4. Contra o cruz-maltino, pesa o desastroso primeiro turno, com assustadoras 11 derrotas, que seguem cobrando seu preço até o atual momento do campeonato. Nos próximos oito compromissos, o time carioca tem pela frente um confronto direto (Goiás), dois clássicos (Flamengo e Botafogo) e enfrenta três times do atual G6: além dos próprios Flamengo e Botafogo, há o Fortaleza, esta noite.
Sob o comando de Marcelo Fernandes, efetivado no comando após a goleada por 4 a 1 sobre o próprio Vasco, o Santos engrenou: são três vitórias seguidas, contando o placar elástico em confronto direto e um grande clássico vencido contra o Palmeiras. Pela frente, está o desafio de manter a sequência em um calendário que varia entre jogos acessíveis e desafios como Flamengo no Rio de Janeiro e Corinthians na Neo Química Arena. O Bahia, por sua vez, ainda tenta encontrar uma regularidade com o técnico Rogério Ceni. A vitória aguerrida por 6 a 4 sobre o Goiás deu muita moral, e um dos desafios é voltar a vencer em casa, o que não acontece desde agosto: a próxima oportunidade é contra o Internacional, nesta quarta.
Há ainda a possibilidade de surpresas. Semifinalista da Libertadores e hoje apenas 12º colocado na Série A, a cinco pontos do Z4, o próprio Internacional enfrenta os seis últimos colocados, exceto o Goiás, na sequência. Já o Cruzeiro, que não vence em casa desde junho, encara o Flamengo e o clássico com o Atlético-MG nas próximas rodadas. É outro que mantém distância perigosa da zona de rebaixamento: são quatro pontos, a mesma do Corinthians.