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O corpo, ele diz, ainda não cobrou o longo tempo dentro de quadra. Mas, aos 42 anos, Ricardinho resolveu se despedir. Um dos maiores levantadores da história do vôlei mundial, o jogador anunciou nesta quarta-feira sua aposentadoria. O campeão olímpico, que defendeu o Maringá na última Superliga, seguirá como presidente do clube paranaense.
- Foi uma decisão tomada. Não foi de última hora, já vinha pensando. Decidi me dedicar 100% não só ao projeto social, mas quanto à equipe principal. Realmente fora de quadra. O corpo está 100%, estou voando, a cabeça está voando. Mas foi uma decisão que tive de tomar. E tomei. É o que tem de ser feito. Não tem muito o que questionar - disse, em entrevista por telefone.
Ricardinho tem uma longa carreira de conquistas em clubes e com a seleção brasileira. Considerado por muitos como o melhor levantador da história, foi campeão olímpico em Atenas 2004 (confira no vídeo abaixo). Após problemas de relacionamento com Bernardinho, foi afastado da seleção às vésperas do Pan do Rio, em 2007. Anos mais tarde, voltou e conquistou a prata nos Jogos de Londres, em 2012. Também esteve presente em dois dos três títulos mundiais da seleção, em 2002 e 2006, além de ser seis vezes campeão da Liga Mundial e duas vezes da Copa dos Campeões, entre outras conquistas. Nos clubes, fez longa carreira na Itália, onde virou ídolo no Modena e no Treviso. No Brasil, defendeu Banespa, Suzano, Minas e Vôlei Futuro, entre outros. Em 2013, deu início ao seu projeto pessoal em Maringá.
À frente do Maringá, Ricardinho vai focar no trabalho como presidente e no projeto social na cidade paranaense, que envolve cerca de 400 crianças. Além disso, planeja trabalhar ainda mais com jovens levantadores.
- Agora, o foco é a parte administrativa. Temos uma diretoria que está tomando conta muito bem de tudo isso. Foco vai ser realmente em revelar novos levantadores. Cada molecada que pintar por aqui, vou estar 100% focado em lapidar esses levantadores. O meu olhar clínico, do lado de fora, vai ser voltado para formar levantadores. Cada garoto que pisar aqui, ou até mais velhos, que possam melhorar, sempre tem o que aprender. Meu foco, além de comandar o time principal, é focar no que eu realmente sei fazer.
Apesar do trabalho com os levantadores à beira da quadra, Ricardinho não cogita a mudança total para técnico. O foco, ele diz, será voltado apenas para os levantadores.
- Treinador, não. Jamais (risos). Meu foco é lapidar levantadores. Com certeza, foco totalmente nos levantadores. E na parte administrativa, buscando recursos para manter o Maringá sempre na Superliga A.