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Esportes
16/02/2018 10:38:00
Carlos Diego volta ao UFC após suspensão e quer justiça: "Dois anos que me tiraram"

Combate/LD

Foram 17 meses impedido de lutar MMA. A espera para retornar ao octógono, no entanto, já dura 25 meses. No próximo domingo, em Austin, capital do estado americano do Texas, termina a espera do brasileiro Diego Ferreira. O lutador manauara de 33 anos cumpriu 17 meses de suspensão impostos pela Agência Antidoping dos EUA (USADA), e contra Jared Gordon faz seu retorno depois de mais de dois anos desde a última luta no UFC.

O peso-leve (até 70kg) testou positivo para “ostarine” - substância que ajuda no aumento de massa muscular - em exame realizado fora de competição, no dia 29 de abril de 2016. Antes, em 30 de janeiro, Carlos Diego tinha vencido o canadense Olivier Aubin-Mercier e se recuperado de duas derrotas seguidas, as únicas da carreira. Em junho do mesmo ano, a Comissão Atlética de Nevada aplicou um ano de gancho. Em dezembro, veio a suspensão mais pesada.

  • Não sabia da substância, estava tomando uma proteína que tinha isso e não sabia. Admiti que estava tomando (a proteína) e por isso me deram esse tempo de 17 meses. Já estou com esse caso na Justiça americana há dois anos. Espero que tenha um final feliz. Foram dois anos que me tiraram na luta, e não foi só do MMA, mas no jiu-jítsu também - destacou o lutador, revelando que processou a companhia americana que produz a proteína que ele tomava.

Quando a suspensão foi anunciada, Carlos Diego havia acabado de levar a família para os Estados Unidos. Sem poder lutar, viveu momentos financeiros complicados, mas se manteve até hoje em McAllen, cidade ao sul do Texas já na divisa com o México.

  • Foi bastante difícil. Já tinha feito alguns planos de luta. Tinha recebido um dinheiro bom para trazer minha família para a América, trouxe minha mulher e meus filhos para viver comigo. Já estava com tudo planejado e acabei passando uma dificuldade bem grande. Mas nunca desisti de lutar e de chegar num patamar grande no UFC. Sempre tive esse foco na minha frente. E fazer isso pela minha família me fortaleceu muito mais (...). Tenho minha academia, mas não era grande, ainda estava começando. Quando veio esse caso, ficou apertado. Tenho três filhos, muita coisa para pagar. Mas consegui vencer, corri atrás todos os dias, não queria deixar nada faltar para a minha família - disse, em entrevista por telefone ao Combate.com.

Apesar de já poder retornar ao MMA em outubro do ano passado, Carlos Diego Ferreira preferiu esperar mais um pouco e, através do jiu-jítsu, diminuir a ansiedade.

  • Foi oferecida uma luta (logo após ficar liberado), mas disse “não” e resolvi esperar mais um tempo para me adaptar mais à competição, tirar essa adrenalina um pouco de mim. E pude voltar a treinar mais um pouco de muay thai, de chute, então me preparei muito mais. Estava numa data de competição de jiu-jitsu e resolvi esperar mais um pouco, pegar mais umas lutas de jiu-jitsu.

Carlos Diego fez metade do camp para a luta em sua academia e a outra metade em Dallas. O foco maior foi no wrestling. Ele não quer passar as dificuldades de lutas anteriores.

  • Treinei muito wrestling nesses dois anos. Nas últimas lutas o pessoal me colocou para baixo e dessa vez não quero que aconteça. Botei muito trabalho em cima do wrestling e do muay thai dessa vez (...). Fisicamente e mentalmente está tudo bem, e sem nenhum machucado. Tudo saiu certo como eu queria. Agora é só chegar e fazer o show para o pessoal do Brasil - disse o lutador, dono de um cartel com 12 vitórias e duas derrotas.

Sobre o adversário, Carlos Diego lembrou que ele já lutou diversas vezes no peso-pena. Jared Gordon tem um cartel com 14 vitórias e apenas uma derrota. Aos 29 anos, venceu as duas lutas que fez no UFC, contra Michel Quiñones e Hacran Dias.

  • Ele tem um boxe bom, umas quedas boas, um wrestling bom. Vi a luta com o Hacran (Dias, no UFC São Paulo) e foi um bom caso para estudar. Ele vem de uma categoria abaixo, mas não devemos subestimar. Acredito que nossa luta vai ser um pouco mais em cima, no boxe. Sou o tipo da pessoa que não gosta de ir logo para o jiu-jítsu, gosto da trocação, gosto de sair na porrada. E ele também a mesma coisa, não para, é um cara que anda para frente. A gente vai se encontrar no meio do octógono e jogar tudo lá no meio. Vamos sair na porrada! - concluiu o lutador, que espera estar no top 10 até o final do próximo ano.

O Combate transmite o UFC Austin no domingo, a partir de 20h50 (horário de Brasília) ao vivo, na íntegra e com exclusividade. O Combate.com transmite as duas primeiras lutas do card preliminar em vídeo e acompanha o restante do evento em Tempo Real. Confira o card completo:

UFC Fight Night 18 de fevereiro de 2018, em Austin (EUA) CARD PRINCIPAL (0h, no horário de Brasília): Peso-meio-médio: Donald Cerrone x Yancy Medeiros Peso-pesado: Derrick Lewis x Marcin Tybura Peso-leve: James Vick x Francisco Massaranduba Peso-meio-médio: Thiago Pitbull x Curtis Millender Peso-pena: Steven Peterson x Brandon Davis Peso-leve: Sage Northcutt x Thibault Gouti CARD PRELIMINAR (21h, no horário de Brasília): Peso-leve: Jared Gordon x Carlos Diego Ferreira Peso-meio-médio: Geoff Neal x Brian Camozzi Peso-mosca: Roberto Sanchez x Joby Sanchez Peso-galo: Sarah Moras x Lucie Pudilova Peso-meio-médio: Joshua Burkman x Alex Morono Peso-médio: Oskar Piechota x Tim Williams