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Um dos maiores enigmas a se desvendar no São Paulo para o clássico do próximo domingo é a presença de Gilberto na equipe, que precisa fazer no mínimo dois gols no Corinthians, em Itaquera, para tentar chegar à final do Campeonato Paulista.
O atacante faz um gol a cada 81 minutos, menos do que um jogo completo, em 2017, mas sua escalação implica em ter dois centroavantes, já que Pratto não sairá de forma alguma numa partida decisiva. E essa forma de atuar não agrada a Rogério Ceni.
O técnico só lançou mão de Gilberto e Pratto juntos durante as últimas três partidas pela necessidade de fazer gols, e não por qualquer apreço pela formação. Quando perdia para Cruzeiro e Corinthians por 2 a 0, Ceni tentou amenizar a derrota com seus dois jogadores de maior intimidade com o gol. Na última quarta-feira, no Mineirão, também apelou à dupla para tentar a classificação na Copa do Brasil.
Dos 11 gols marcados por Gilberto no ano, apenas o último, sobre o Cruzeiro, tinha Pratto em campo. Por sua vez, os seis do argentino foram marcados sem a companhia do parceiro. É uma amostra de como Rogério Ceni só recorre a dois centroavantes em último caso, mesmo.
Gilberto foi titular apenas nove vezes na temporada. Em outros cinco jogos, entrou com a bola rolando. Ao todo, ficou 892 minutos em campo, contando os acréscimos.
No domingo passado, o São Paulo teve melhor rendimento com Gilberto e Pratto juntos diante do Corinthians, no segundo tempo. Não foi nenhuma maravilha, mas superior ao primeiro tempo, de pouquíssima pegada. Giba, como gosta de ser chamado, criou o lance de maior perigo ao invadir a área e finalizar de pé esquerdo. Cássio fez sua melhor defesa na partida.
A dúvida fica ainda mais acesa na cabeça de Rogério Ceni em razão das escassas opções de lado de campo. Wellington Nem operou o joelho esquerdo e deve ficar mais de um mês parado. Marcinho e Morato, contratados após serem observados pela comissão técnica na primeira fase do Paulistão, quando defenderam São Bernardo e Ituano, respectivamente, não estão inscritos no Paulistão. Neilton não teve boas atuações.
A principal alternativa é Luiz Araújo, mas seu rendimento piorou demais, está muito aquém daquele do início do ano, quando liderava as estatísticas de gols, assistências e até desarmes.
Como Cueva ainda parece longe das condições físicas ideias após se recuperar de lesão muscular que o deixou afastado por sete rodadas (somando-se o tempo em que ficou na seleção peruana), ter Gilberto e Pratto, embora não seja belo aos olhos de Ceni, pode significar o caminho mais curto para o gol.