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Corinthians e Odebrecht teriam cometido fraude para tentar antecipar o recebimento dos incentivos fiscais da prefeitura de São Paulo ligados à obra da Arena Corinthians. A informação foi divulgada nesta terça-feira pela Folha de São Paulo, que teve acesso a uma troca de e-mails, em 2015, entre o clube e a construtora. O objetivo do fundo criado para a construção do estádio era faturar após a obra com a venda dos papéis financeiros, obtidos através dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, os CIDs.
Os e-mails, com data de 25 de agosto de 2015, escancaram que ocorreu uma manobra da Odebrecht e do Corinthians para dar as obras como adiantadas e antecipar o recebimento dos incentivos da prefeitura paulistana.
– Foi uma decisão de cotistas, por necessidade direta na emissão das CIDs – diz Ricardo Corregio, engenheiro responsável pela construção da Arena Corinthians, em uma das mensagens eletrônicas.
Corregio respondia pergunta do então gerente da arena, Nilton Leão, sobre o motivo de a medição de 2014 não representar a realidade dos trabalhos naquele ano.
O presidente do Corinthians no momento da medição era Mario Gobbi, mas o atual presidente, Roberto de Andrade, e o ex-presidente Andrés Sanchez também estavam copiados nos e-mails.
Em resposta à Folha, a Odebrecht nega que tenha havido fraude ou tentativa de antecipar os CIDs. A prefeitura de São Paulo afirma que as emissões seguiram rigorosamente a lei. Até o momento, apenas R$ 38,7 milhões, o correspondente a menos de 10% dos títulos foram utilizados.
O presidente Roberto de Andrade não se manifestou. Mario Gobbi respondeu, através de nota, que Andrés Sanchez era o representante do Corinthians no fundo gestor da arena. Ele, por sua vez, disse à Folha que "recebe muitos e-mails, não dá conta de ver todos e que, por isso, existe um departamento jurídico".