De um lado da quadra,\n um time bicampeão olímpico, atual campeão do Grand Prix, dono da melhor\n campanha na primeira fase da competição e com algumas das melhores jogadoras do\n mundo no elenco. Do outro, uma seleção que tem como principal resultado na\n história uma medalha de bronze no Grand Prix de 2012 e que terminou em terceiro\n lugar na primeira fase da competição neste ano. Apesar de toda essa\n disparidade, o que se viu em quadra no Japão na primeira rodada da etapa final\n da competição foi um show da Turquia, que triunfou por 3 sets a 2, parciais de\n 25/18, 25/23, 21/25, 19/25 e 15/12.\n \n Nos\n dois primeiros sets, um festival de erros das brasileiras. Thaisa não se\n encontrava em quadra, Fernanda Garay falhava nos passes e Sheilla não conseguia\n ter o mesmo aproveitamento da primeira fase. Os resultados não foram\n animadores, 25/18 e 25/23 para as turcas.\n \n Foi\n aí que José Roberto Guimarães tentou mudar a partida. Sacou suas principais\n jogadoras e colocou as "novatas" Gabi (20 anos), Carol (23) e Tandara\n (25). O trio entrou com "sangue nos olhos", levantou a moral da\n equipe e conseguiu a vitória no terceiro set. Na sequência do jogo, as\n "reservas" seguiram em quadra a ainda conseguiram levar a partida\n para o tie-break, garantindo um ponto para a seleção na classificação final. No\n quinto set, a inexperiência pesou e a Turquia terminou com a vitória, 15 a 13. \n \n Tandara,\n que esteve no grupo campeão olímpico, marcou um total de 18 pontos. Carol, que\n busca uma vaga entre as centrais e briga com Adenizia para ser a reserva\n oficial da posição, foi essencial no bloqueio, com quatro pontos. A jovem Gabi,\n que surgiu na equipe do Rio de Janeiro no ano passado, colocou no chão quase\n todos seus ataques. Graças ao trio, a seleção conseguiu um ponto na\n classificação geral, já que a derrota por 3 a 2 dá dois pontos para a equipe\n vencedora e um para o time derrotado. \n \n Com\n o revés, a seleção brasileira não depende mais de seus próprios resultados para\n conseguir o décimo título na história da competição. O regulamento da fase\n decisiva mostra que as seis seleções jogam entre si em turno único e o troféu\n vai para a que fizer mais pontos. O time de José Roberto Guimarães volta à\n quadra contra a China, na madrugada de quinta, às 3h (de Brasília), enquanto as\n turcas jogam contra as japonesas.\n \n o jogo\n \n No\n começo do primeiro set, parecia que a seleção brasileira não iria ter\n dificuldades na partida. Com dois pontos de Thaisa e um bloqueio de Fê Garay, o\n placar apontava 3 x 0 para as comandadas de José Roberto. Mas, logo em seguida,\n o set mudou de rumo e as turcas viraram para 4 a 3. A partir daí, o que se viu\n em quadra foi um show turco, com Ozsoy Neriman marcando seis pontos e o time\n não perdendo quase nenhuma bola no ataque. Já pelo lado do Brasil, Dani Lins\n distribuía mal as bolas, Camila Brait errava muitos passes e as ponteiras e\n opostos não conseguiam ter êxito no ataque.nbsp;\n \n Aos\n poucos, as europeias foram abrindo no placar. Primeiro, 10 a 8. Depois, 13 a 9.\n Em seguida, o jogo já estava 15 a 10. José Roberto Guimarães pediu dois tempos\n técnicos, tentou colocar em quadra Fabíola, Monique e Tandara, mas nada dava\n certo. No fim, 25 a 18 para as turcas. \n \n O\n início do segundo set foi parecido com o do primeiro. A seleção brasileira\n parecia mais acordada em quadra, Dani Lins conseguiu um ponto de bloqueio e o\n placar chegou a ficar 6 a 3. Porém, os erros voltaram a aparecer,\n principalmente com Sheilla e Fê Garay, e as turcas conseguiram virar, 9 a 7.\n Nem uma bola de calcanhar de Thaisa, em um lance espetacular que terminou com\n um ataque de Sheilla , animou a seleção brasileira, que viu as turcas abrirem\n 16 a 12.\n \n Neste\n momento, o jogo parecia ter mudado. No tempo técnico, José Roberto, apesar do\n placar adverso, estava calmo e falando com suas jogadoras que o jogo se ganha\n "ponto a ponto". Na volta, com Sheilla no saque, o Brasil virou para\n 17 a 16 marcando pontos de todas as maneiras: bloqueio com Dani Lins, ataque de\n meio com Fabiana após um longo rali, erro na recepção e no ataque turco. Mas,\n mesmo com vantagem no fim do set, o Brasil não conseguiu liquidar a parcial. A\n seleção chegou a ter 23 a 22 no placar, mas sofreu três pontos seguidos, e viu\n as turcas abrirem 2 a 0 no placar. \n \n O\n terceiro set teve um início desastroso para o Brasil. Jaqueline e Fê Garay\n falharam em duas recepções e as turcas abriram 6 a 1. No tempo técnico, José\n Roberto conversou diretamente com Dani Lins, pedindo variação de bola e pedindo\n calma para a jogadora campeã olímpica. As turcas seguiram na frente e o\n treinador brasileiro tentou mudar a partida, colocando Gabi, Carol e Tandara,\n sacando Sheilla, Fê Garay e Thaisa.nbsp;\n \n As reservas\n brasileiras entraram muito bem, mais concentradas e usando a vibração como\n trunfo a cada ponto. Apesar de alguns erros em contra-ataques, as atuais\n bicampeãs olímpicas conseguiram passar a frente, com ataques precisos de Tandara,\n além de bloqueios da levantadora Dani Lins e de Gabi. No fim, Brasil 25 a 21.\n \n O\n quarto set parecia outro jogo. Gabi e Carol continuavam com o show no bloqueio,\n Tandara seguia colocando todas as bolas no chão e a defesa começou aparecer,\n principalmente com Camila Brait. O Brasil abriu 9 a 4 e parecia ter deslanchado\n no placar. Mas, as turcas encostaram e empataram o jogo, 17 a 17. Foi aí que a\n estrela de Zé Roberto brilhou novamente e, com Fabíola e Sheilla voltando para a\n quadra, a seleção marcou quatro pontos seguidos e abriu 21 a 17. No fim,\n vitória por 25 a 19 e o jogo foi para o quinto e decisivo set.\n \n No\n tie-break, a Turquia dominou o placar no início. Mais tranquilas em quadra e\n apostando nos ataques da campeã Gozde Sonsirma , as europeias abriram 4 a 1\n logo de cara e conseguiram manter a vantagem, 9 a 6. Aí, um ataque belíssimo de\n Tandara e um bloqueio de Carol colocaram a seleção de novo no jogo, 9 a 8.\n Porém, os ataques da capitã Sonsirma estavam impossíveis de parar. No fim, 15 a\n 13 para as turcas.