Globo Esporte/LD
A Fifa se pronunciou oficialmente sobre o inédito pênalti marcado com o auxílio da tecnologia na vitória do Kashima Antlers sobre o Atlético Nacional, por 3 a 0, nesta quarta-feira, pela primeira semifinal do Mundial de Clubes. A entidade disse que a arbitragem comandada pelo húngaro Viktor Kassai aplicou corretamente a regra e elogiou também o assistente György Ring por aguardar a participação ou não de Daigo Nishi no lance que originou a penalidade.
Ao descrever o lance num comunicado em sua página oficial, a Fifa afirmou que Nishi foi “considerado não estar em impedimento por ser incapaz de desafiar o oponente pela bola”. Na sequência, "Kassai apontou para a marca do pênalti, tendo julgado que, pelo replay, Nishi foi derrubado dentro da área por Berrio". Doi cobrou e abriu o placar do jogo aos 30 minutos do primeiro tempo.
- Esta é a primeira vez com a utilização do Video Assistant Referee (Árbitro assistente de vídeo, em português) em uma competição da Fifa, então é algo que é novo para todos – especialmente por ver o árbitro correr até a área do replay ao lado do campo. No incidente de hoje (quarta), a comunicação entre o árbitro e o assistente de vídeo foi clara, a tecnologia funcionou bem, e por fim, a decisão final foi tomada pelo juiz, o que sempre será o caso, uma vez que os VARs estão lá apenas para apoiar – disse o diretor de arbitragem da Fifa, o suíço Massimo Busacca.
Em entrevista ao Redação SporTV, o comentarista de arbitragem Arnaldo Cezar Coelho criticou a utilização do vídeo desta maneira:
- O árbitro de vídeo é uma boa ideia, mas é um brinquedo novo. E a Fifa aproveitou o Natal para dar esse brinquedo novo em um Mundial de Clubes, que gera tanto interesse e tanto dinheiro para os clubes que estão disputando. E esse brinquedo novo entregaram na mão de irresponsáveis. Chamaram um juiz da Fifa, categorizado, de Copa do Mundo, e interferiram na arbitragem e no resultado do jogo. É uma irresponsabilidade da Fifa que não pode se repetir. A ideia é boa, bem aplicada na prática é melhor ainda. Mas não dessa forma. A Fifa provocou uma lambança. O gol teve interferência no jogo. Foi uma brincadeira de mau gosto com colombianos e com os brasileiros que estavam torcendo para o Atlético Nacional - disse Arnaldo.
A jogada aconteceu aos 27 minutos do primeiro tempo. Após lançamento na área, o colombiano Berrio derrubou o Nishi dentro da área. Nada foi marcado, e a partida seguiu normalmente até os 29, quando Kassai foi à lateral do campo, reviu o lance em um monitor e marcou o pênalti. Arnaldo Cezar Coelho destacou que o japonês estava, sim, impedido e, por isso, o pênalti não deveria ter sido marcado. A primeira irregularidade não foi vista pelo árbitro húngaro.
- Eu queria chamar a atenção para o lance que originou esse acontecimento. Foi uma falta da esquerda e tem dois jogadores em posição de impedimento. Posição de impedimento não é impedimento, não tem irregularidade. Mas, no momento em que a bola é levantada, ele sai do impedimento e passa a interferir na jogada. Ele passa a ser um jogador irregular. Ele dá um tranco no zagueiro colombiano antes de sofrer a falta. Então, para ficar bem claro, o árbitro de vídeo tinha que ter orientado o árbitro a deixar o jogo seguir. Porque houve uma posição de impedimento, ele fez a falta e depois sofreu a falta. O mais certo era deixar o jogo seguir.
O Kashima Antlers espera agora o outro finalista do Mundial, que sairá do confronto entre Real Madrid e América do México, que será nesta quinta-feira, às 8h30 (de Brasília). O SporTV transmite a partida ao vivo. E os assinantes do canal podem assistir também em computadores, tablets e celulares pelo SporTV Play.