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Apesar da vitória cruz-maltina na primeira partida da final, as duas torcidas sabem que o destino da taça do Estadual ainda é uma incógnita. De ambos os lados, a crença mais forte, na verdade, é a de que os gols sairão no atacado. Não apenas porque as redes balançaram nada menos do que 15 vezes nos três clássicos entre Vasco e Botafogo este ano. Mas porque as duas equipes ostentam uma marca que não condiz com o status de finalista. Entre os 20 integrantes da Série A, a dupla está no topo do ranking das piores defesas de 2018, levando em conta todas as partidas oficiais da temporada.
Nenhuma zaga da elite do futebol brasileiro é tão vazada quanto a do Vasco. A equipe de Zé Ricardo chega à decisão do Estadual com média de 1,35 gol sofrido por jogo. Logo atrás, vem o time de Alberto Valentim, com 1,29 por partida. Ciente das fragilidades defensivas das duas equipes, o técnico Zé Ricardo sabe que a vantagem vascaína na final — leva o título em caso de empate — é pequena.
— A média de gols do confronto está alta. E não acredito que vá ser diferente (amanhã). Temos que tentar minimizar os pontos fortes do Botafogo — diz o treinador.
O Vitória, da Bahia, que registra a marca de 1,13 gol sofrido por jogo, completa o pódio das piores defesas. Os outros cariocas da Série A ocupam posições menos preocupantes para suas torcidas. O Fluminense aparece na nona colocação, com média de 0,77. Já os rubro-negros estão ainda mais confortáveis: em 14º, com 0,65 gol levado por partida.
A situação de Vasco e Botafogo — finalistas de um dos estaduais mais famosos do país, ainda que com graves problemas defensivos — apenas evidencia que o Carioca já não serve como termômetro para o Brasileiro, marcado para começar daqui a uma semana. Levantar a taça amanhã representa apenas uma massagem no ego e a oportunidade, para os torcedores, de provocar os rivais.
— É sempre bom ganhar título. Dá mais confiança aos jogadores e ajuda a não ter pressão. Mas claro que não dá para se iludir. Esta questão dos gols é importante. No Brasileiro, se mantiverem a média tão alta assim eles terão problemas — opina o ex-zagueiro Mauro Galvão, que já conquistou o Estadual pelos dois clubes: — O Botafogo passou por muitas mudanças. Jogava com mais volantes no ano passado. E ainda teve trocas de treinador. Já o Vasco mexeu menos. Mas há muitos erros individuais.