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De volta ao Santos após 18 meses, o atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, celebrou seu retorno ao clube nesta segunda-feira, quando foi apresentado na Vila Belmiro. Ele evitou afirmar que estará em campo no próximo domingo, contra o Palmeiras, mas se colocou à disposição de Jair Ventura.
– Estou aqui de coração e alma. Dentro de campo vou me dedicar bastante, como sempre fiz – prometeu Gabigol.
– No que depender de mim, usarei esta camisa para sempre.
Gabigol já treina com o elenco alvinegro, mas ainda não está regularizado. Ele manteve o trabalho físico no período em que negociava com o clube.
Jair Ventura terá a semana para definir se utilizará o atleta no clássico contra o Palmeiras, em São Paulo, válido pela quinta rodada do Campeonato Paulista. Gabigol não quis criar expectativa:
– Falar que estou pronto é um pouco cedo. Temos uma semana para o jogo, mas se o professor precisar, vou estar á disposição – afirmou Gabigol, que tem no Palmeiras uma de suas vítimas preferidas (marcou seis de seus 11 gols em clássicos no rival alviverde).
Gabigol elogiou Jair Ventura:
– Vim para o Santos porque sou muito santista. O Jair também influenciou bastante. Acompanhei o trabalho dele no Botafogo. Falei com ele e com alguns jogadores, que o elogiaram bastante. Quero aprender muito mais com ele.
– A gente tem grandes jogadores e grandes pilares, como Alison, David Braz e Victor Ferraz. Esperamos trabalhar bastante para chegar muito bem na Libertadores – completou.
Gabigol, 21, retorna ao Santos cerca de 18 meses após deixar a Vila Belmiro para se transferir para a Inter de Milão, no meio da temporada da de 2016. Ele custou ao clube italiano 27 milhões de euros (cerca de R$ 100 milhões, à época).
O jogador teve carreira curta e sem sucesso na Europa. Sem oportunidades no time italiano, foi emprestado ao Benfica no ano passado. Seis meses depois, e sem convencer, foi avisado que não fazia mais parte dos planos do clube português.
Gabigol admitiu que não esperava voltar tão cedo da Europa e que errou muito por lá, principalmente na Inter de Milão, quando chegou a sair do banco de reservas durante um jogo quando percebeu que não entraria em campo.
– Errei no momento em que saí do banco e abandonei o time, na Inter. Pedi desculpa um dia depois. A maior virtude do homem após errar é pedir desculpa e aprender com isso.
Gabigol disse que o sonho de voltar a ser convocado para a seleção brasileira também pesou na vontade de retornar ao Santos.
– Tem muito a ver. É um objetivo que tracei na minha carreira. Espero ajudar o Santos. A seleção é consequência. Sobre jogar em um rival, tá muito claro que eu sou santista de coração. Sempre vou ficar com essa camisa para sempre – disse o atacante.
– Sou muito jovem, tenho felicidade em jogar futebol e eu preciso fazer isso. Decidi que era o momento de voltar, até pela Copa do Mundo – emendou.
O Santos investirá cerca de 1,7 milhão de euros (aproximadamente R$ 6,6 milhões) por um empréstimo com validade até o final de 2018. Esse valor será pago mensalmente no salário do jogador, que ainda terá parte de seus vencimentos bancados pela Inter de Milão.
– Pressão eu sempre tive. Desde muito novo. Sei das minhas responsabilidades, mas não quero puxar só para mim. Temos um bom elenco – disse Gabigol, sobre o investimento feito nele.
Gabigol explicou o áudio vazado no começo do ano, quando dizia querer ver se o Santos o pagaria em dia.
– Foi uma coisa verdadeira, né, presidente? Se não pagasse não teria como eu vir, né? – disse o atacante, ao lado do presidente José Carlos Peres, maior incentivador de seu retorno e que lembrou ter sido o responsável por ter levado o jogador para a Vila Belmiro quando ele ainda tinha dez anos.