Globo Esporte/LD
Depois de bater na trave em quatro Campeonatos Mundiais e na Olimpíada do Rio de Janeiro, João Gomes Jr. conquistou, nesta quarta-feira, sua primeira medalha individual em grandes eventos internacionais. Nos 50m peito do Mundial de Budapeste, na Hungria, ele anotou 26s52 para ficar com a medalha de prata (a terceira do Brasil na natação), atrás do quase imbatível Adam Peaty (25s94). Outro brasileiro na prova, Felipe Lima, foi quarto colocado com 26s78, a 0s18 do sul-africano Cameron Van der Burgh, que foi bronze, sua 12ª medalha em Mundiais.
- Não dá para descrever a sensação, é a concretização de um sonho, de uma meta. Estou muito feliz pelo início do meu ciclo olímpico. Vou estar em 2020 (Jogos de Tóquio), vou lutar por isso. Não nadei bem os 100m, parei na semifinal, mas foi uma fatalidade, dois dias depois conquistei a prata aqui nos 50m - disse, com lágrimas nos olhos.
João, de 31 anos, foi quinto colocado nos 100m peito da Olimpíada do Rio, melhor resultado do país em toda a competição. Nos Mundiais de 2009, em Roma, e 2013, em Barcelona, João foi finalista, mas ficou sem medalha nos 50m peito: sétimo lugar na Itália e quinto na Espanha. Em piscina curta, foi quarto colocado no Mundial de 2012, em Instambul, e oitavo em 2014, em Doha.
Já era claro para todos, atletas, técnicos e público, que a medalha de ouro já tinha dono. O britânico Adam Peaty estava em um nível diferente dos demais. A prova demonstrou isso. A saída do bloco nunca foi sua especialidade, por isso ele ficou no bolo com os demais concorrentes nos primeiros metros.
João e Felipe sabiam que a briga era pela prata. Eram sete atletas na luta por dois lugares no pódio. Logo na largada, Felipe saiu um pouco atrás, e João ficou entre os primeiros colocados. João foi crescendo aos poucos, o mesmo acontecendo com Felipe. No fim, João bateu na parede com o melhor tempo da carreira. Felipe ficou perto do melhor de sua carreira (26s68 da semifinal), marcou 26s78, e foi o quarto colocado.
- O Adam Peaty precisa ser estudado, ele é um caso à parte. Mas, se você for pensar, nós também (risos). Eu com 31 anos aqui na final, ganhando medalha... - disse João, o mais velho da prova, sorrindo.
Podemos dizer que a natação brasileira também está lavando a alma nas águas húngaras. Depois de sair zerado da Rio 2016, enfrentar a maior crise política da história - o presidente da Confederação por 30 anos chegou a ser preso - e seguir com problemas de patrocínio, o país chega a seis pódios em Budapeste. São três nas águas abertas com a Ana Marcela Cunha, bronze nos 5km e 10km, e ouro nos 25km, e três pratas nas picinas, com o 4x100m livre, Nicholas Santos nos 50m borboleta e agora com João Gomes Jr. nos 50m peito. Como forma de comparação, em Kazan 2015, foram seis medalhas ao todo. Etiene e Chierighini vão às Finais
Na semifinal dos 50m costas, Etiene Medeiros anotou o melhor tempo, 27s18, e passou como a primeira colocada para a decisão desta quinta-feira. Vice-campeã mundial em 2015, ela superou a chinesa Yanhui Fu por apenas um centésimo.
Nos 100m livre, Marcelo Chierighini avançou com o oitavo melhor tempo para a final dos 100m livre, com 48s31. Já Gabriel Santos parou na semi, em 14º lugar.
Natação nesta quinta-feira
4h30: Eliminatórias (SporTV 2) 100m livre feminino (Manuella Lyrio) 200m costas masculino (Leonardo de Deus) 200m peito masculino (Thiago Simon) 200m peito feminino 4x200m feminino
12h30: Finais (SporTV 2) Final 100m livre masculino (Marcelo Chierighini) Semifinal 100m livre feminino Final 50m costas feminino (Etiene Medeiros) Semifinal 200m peito feminino Semifinal 200m peito masculino Semifinal 200m costas masculino Final 200m borboleta feminino Final 200m medley masculino Final 4x200m feminino