CGNews/PCS
Após ser eliminado na primeira fase do Campeonato Sul-mato-grossense de futebol, jogador do Coxim Atlético Clube comentou que há suspeita de manipulação de resultados da equipe, que perdeu de 5 a 0, no último jogo, contra o já rebaixado Águia Negra, quando precisava de uma vitória por qualquer placar, para seguir à fase final.
A suspeita foi divulgada na Rádio Esporte MS e confirmada pelo site Campo Grande News junto ao atleta, nesta tarde (16). “[É] suspeita. Ficou muito complicado. Nosso time tinha muita qualidade e não precisava passar essas vergonhas que passou.”
Ele, que preferiu não se identificar para evitar retaliações, não informou nomes e afirmou que não participou do esquema. Entretanto, ele afirma que companheiros de clube o confidenciaram ter aceitado colaborar para participar da manipulação, por conta de necessidades financeiras.
Segundo ele, um homem ligado ao clube estaria por trás do caso e chegou a ameaçar um atleta, após a derrota do último jogo.
Ao portal, o presidente do clube, Antônio Mascarenhas Cardoso, (Toninho Baiano) disse que a afirmação é uma denúncia infundada. “É uma falação, de um jogador que não tem nada comprovado, nada investigado. É a fala de um jogador, que estava de cabeça quente.”
*Não houve denúncia de ninguém, foi só uma fala e não tem nada comprovado”, garante.*
O presidente afirma que entrará em contato com o gestor apontado como envolvido no crime, que não está em território sul-mato-grossense, no momento. “Já chamei ele, nas redes sociais, para voltar e fazer o acerto dele. Se ele não vier, aí a gente vai denunciar.”
De acordo com o artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, agentes poderão ser punidos, caso haja comprovação da manipulação de resultados.
Além disso, conforme a lei 12.299, de 27 de julho de 2010, é crime “solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva”.
A reportagem solicitou posicionamento da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), que informou aguardar a apuração dos fatos e acompanhar de perto os desdobramentos da suspeita.
“Ainda assim, a Fundação, juridicamente, não possui autonomia para abrir investigação a respeito. Caso a suspeita se confirme, esperamos que as devidas providências sejam tomadas.”
O órgão disse também “prezar sempre pelo espírito esportivo, ética e honestidade entre competidores, agremiações e seus dirigentes”, por ser “anualmente, um dos maiores fomentadores do Campeonato Sul-mato-grossense de Futebol”.
O jogador também reclama da atuação do mesmo dirigente, que, segundo ele, não fornecia alimentação e transporte aos atletas, que vêm de diferentes lugares do País.
Segundo o presidente do clube, passagem será fornecida aos atletas, para que retornem a suas cidades de origem. Agora, com o campeonato encerrado para os coxinenses, o clube só deverá jogar na próxima temporada, em 2023, e por isso, os atletas serão dispensados.
Nesta quarta (16), conforme apurado pela reportagem, estava marcada reunião entre atletas, dirigentes e até o prefeito da cidade, Edilson Magro (DEM), além do secretário de Esportes, Sérgio Alexandre da Silva.