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Esportes
15/07/2017 09:49:00
Medina, Mineirinho, Italo, John John e Parko dominam rivais em J-Bay

Época/LD

Após três dias seguidos de adiamentos, a sexta etapa do Circuito Mundial de 2017 foi finalmente aberta nas direitas de Supertubes, em Jeffreys Bay, na África do Sul. A experiência fez a diferença no primeiro dia de disputas, marcado pelas vitórias de Gabriel Medina, Adriano de Souza, John John Florence e Joel Parkinson, que conhecem como poucos o caminho das pedras no pico do Cabo Oriental. Italo Ferreira teve um desempenho consistente e também avançou diretamente ao round 3. Outros representantes do Brazilian Storm, Wiggolly Dantas, Ian Gouveia, Miguel Pupo e Caio Ibelli caíram na estreia, mas têm uma nova chance na repescagem (segunda fase).

Filipe Toledo ainda faz a sua estreia na última bateria do round 1. O SporTV.com transmite as baterias ao vivo, e o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real. O defensor do título na sexta de 11 paradas do Tour é o australiano Mick Fanning, que escapou ileso de um ataque de tubarão na final de 2015. O tricampeão mundial também é o recordista de vitórias no local, com cinco troféus, um a mais do que Kelly Slater.

Medina brilha com 9.93 em tubo "impossível"

Gabriel Medina fez o impossível parecer fácil na baía de Jeffreys. Primeiro brasileiro campeão mundial, o paulista de São Sebastião demorou para pegar a sua primeira onda, mas a espera valeu a pena. O local de Maresias pegou uma bomba e espancou a parede com manobras com alto grau de dificuldade, ganhando 8.90 pela investida. Depois, sumiu em um tubaço na sessão conhecida como "Impossibles" (Impossíveis, na tradução). Quando saiu do cilindro, Medina explodiu os decibéis nas areias da praia e foi recompensado com um 9.93, chegando a 18.83 pontos. O australiano Stuart Kennedy (14.77) ficou em segundo lugar, e Caio Ibelli (9.17) terminou em terceiro.

Mineirinho tem desempenho consistente

Campeão de uma etapa seis estrelas pelo QS em 2012, Adriano se impôs sobre o potiguar Jadson André e o português Frederico Morais do início ao fim. O paulista do Guarujá explorou ao máximo o potencial do local. Na primeira oportunidade, surfou três tubos em uma única onda e completou com manobras fortes e verticais, abrindo a bateria com um 7.83. Morais tentou responder à altura, desenhou grandes arcos, ganhando 7.83 e 5.80 dos juízes, mas não foi suficiente.

Mineirinho acrescentou ao placar um 6.50 e alcançou 13.83 contra 13.73 do português, levando a melhor por apenas 10 centésimos. Jadson tinha um 5.67 e explorou bem as paredes das direitas e encontrou um tubo no fim em busca da reação. Ele precisava de 6.94 para virar, mas foi recompensado com um 6.90 e não mudou o panorama.

Parko em sintonia com as direitas

Bicampeão da etapa sul-africana, Joel Parkinson também estava em sintonia fina com o mar em J-Bay. Com velocidade e força nas manobras, ele explorou a parede até o ponto crítico e aina se entocou em tubos para tirar as notas 6.00 e 8.23. Com 14.23 pontos, o australiano derrotou Wiggolly Dantas (13.60) e Miguel Pupo (10.33). Wiggolly usou o backside afiado em uma direita no último minuto, mas, apesar de seu power surf, a onda foi curta e ele não conseguiu a virada.

Wilko perde para Jeremy e se complica

Líder do ranking mundial, o australiano Matt Wilkinson terminou em segundo lugar na bateria 4, controlada por um inspirado Jeremy Flores. O francês surfou tubo atrás de tubo e também mostrou um surfe afiado de borda. Ele ganhou 9.17 e 7.83 e alcançou 17.00 pontos, superando Wilko (12.27) e o estreante Ethan Ewing (9.93). Matt precisa terminar a etapa à frente de seus rivais diretos para defender a ponta, sendo ameaçado por Mineirinho, John John Florence, Jordy Smith e Owen Wright.

Jordy Smith tropeça na estreia

Ídolo local, Jordy foi surpreendido por Conner Coffin, que voltou renovado para a etapa, depois de uma temporada repleta de frustrações. O americano combinou grandes manobras em um repertório variado, fazendo o seu dever de casa. Com 9.37 e 7.67, Conner alcançou a liderança isolada. Somou 17.04 pontos e venceu com tranquilidade o sul-africano, que começou com um 8.33, mas acabou deixando as melhores ondas para o adversário e terminou em segundo, com 14.76. Convidado para o campeonato, Michael February (12.40) segurou a lanterna.

John John Florence tem atuação de gala

Outro cotado a vestir a lycra amarela de líder ao término da competição, John John Florence teve um desempenho irretocável, alcançando 19.83 pontos de 20.00 possíveis. Desapareceu em tubos, aplicou diversas manobras o ponto crítico, tudo o que o juízes queriam. O havaiano não deu chances a Dale Staples (16.03), vencedor da triagem. Faltou sintonia para o pernambucano Ian Gouveia (13.07), que perdeu o tempo dos tubos em algumas ondas e ficou em terceiro lugar. Se fosse regular e surfasse de frente para a onda, o goofy poderia ter levado uma vantagem maior.

Confira as baterias da 1ª fase em J-Bay:

1: Joel Parkinson (AUS) 14.23, Wiggolly Dantas (BRA) 13.60, Miguel Pupo (BRA) 10.33 2: Owen Wright (AUS) 11.16, Bede Durbidge (AUS) 13.84, Josh Kerr (AUS) 9.00 (interferência) 3: Adriano de Souza (BRA) 13.83, Frederico Morais (PRT) 13.73, Jadson André (BRA) 12.57 4: Matt Wilkinson (AUS) 9.87, Jeremy Flores (FRA) 17.00, Ethan Ewing (AUS) 9.93 5: Jordy Smith (AFS) 14.76, Conner Coffin (EUA) 17.04, Michael February (AFS) 12.40 6: John John Florence (HAV) 19.37, Ian Gouveia (BRA) 13.03, Dale Staples (AFS) 16.03 7: Kolohe Andino (EUA) 7.83, Italo Ferreira (BRA) 15.27, Leonardo Fioravanti (ITA) 11.24 8: Julian Wilson (AUS) 15.84, Kelly Slater (EUA) 16.27, Kanoa Igarashi (EUA) 8.77 9: Connor O’Leary (AUS) 11.00, Adrian Buchan (AUS) 13.66, Jack Freestone (AUS) 16.00 10: Gabriel Medina (BRA), Caio Ibelli (BRA), Stuart Kennedy (AUS) 11: Sebastian Zietz (HAV), Mick Fanning (AUS), Joan Duru (FRA) 12: Michel Bourez (TAH), Filipe Toledo (BRA), Ezekiel Lau (HAV)