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Em 2009, quando tinha apenas 15 anos, Gabriel Medina desbancou Neco Padaratz em uma memorável final do QS da Praia Mole, em Florianópolis. Era a sua primeira vitória no circuito. Quatro anos depois, em 2013, veio o título mundial júnior ali ao lado, na Joaquina. Desde cedo, o cenário parece ideal para o goofy footer. Aos 22, Medina volta à capital catarinense como um dos mais respeitados surfistas do mundo, cotado a erguer mais um troféu na Ilha da Magia, desta vez, no QS 6000 de Florianópolis. Ele tem arrastado multidões na Joaquina, palco da última etapa do ranking de acesso antes do encerramento da temporada, na Tríplice Coroa Havaiana, podendo decidir classificações para a elite em 2017. Confiante, Medina brindou o público com mais um leque de manobras, incluindo um "backside air reverse", variação do giro em 360º, para vencer os rivais pela quarta fase. O assédio era tanto que ele mal conseguiu sair do mar.
- É muito bom contar com o apoio de todos. Por sorte, consegui vencer e passar a minha bateria. É incrível o suporte em casa. Queria mandar um beijo para a minha família que está me assistindo, minha namorada, a família dela, e todos os que não puderam vir também - comemorou Gabriel Medina, que embarca para o Havaí após competir em Florianópolis.
Em sua segunda bateria nesta sexta-feira, Medina encontrou o mar com condições mais desafiadoras, mas, fez das ondas da Joaquina o seu playground. O paulista de São Sebastião já liderava a disputa contra o uruguaio Marco Giorgi e o também brasileiro Hizunomê Betero, contudo, estava insaciável. Queria continuar o show para o público que explodia os decibéis nas areias. Além de desenhar linhas e curvas com velocidade e potência, Medina fez o improvável parecer fácil. Transformou a parede de água em uma rampa de decolagem e acertou um aéreo reverso, de costas para a onda, mostrando quem mandava ali no pedaço. Com a nota 7.00, ele ampliou a vantagem para 12.43. Giorgi (10.97) ainda esboçou uma reação no fim, mas não foi páreo para o campeão mundial de 2014. Hizunomê, por sua vez, cometeu uma interferência logo no início e não conseguiu se recuperar, dando adeus ao campeonato.
Além de Gabriel, o Brasil tem outros 11 surfistas na briga pelo caneco na Joaquina: Adriano de Souza, o Mineirinho, Miguel Pupo, Jadson André, Luan Wood, Hizunome Bettero, Willian Cardoso, Tomas Hermes, Luel Felipe, Deivid Silva, Michael Rodrigues e Ian Gouveia, que pode confirmar a vaga na elite no ano que vem. Há 30 anos, em 1986, o Pro Contest trouxe de volta o circuito ao Brasil, na Joaquina, ainda sob a chancela da ASP (Associação de Surfistas Profissionais). Na ocasião, Dave Macaulay sagrou-se campeão.