Esportes
25/02/2013 09:00:00
Menor que assumiu autoria de disparo é liberado após depoimento
O adolescente H. A. M., de 17 anos, deixou a Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos depois de duas horas e meia de depoimento ao promotor Gabriel Rodrigues Alves.
GloboEsporte/LD
\n \n O\n adolescente H. A. M., de 17 anos, deixou a Vara da Infância e da Juventude de\n Guarulhos depois de duas horas e meia de depoimento ao promotor Gabriel\n Rodrigues Alves. Segundo o advogado Ricardo Cabral, que representa a Gaviões da\n Fiel, e acompanhou o jovem, ele iria assumir a autoria do disparo do\n sinalizador naval que atingiu e matou o garoto Kevin Beltrán Espada, de 14\n anos, durante a partida do Corinthians contra o San José, em Oruro.\n \n O\n menor saiu do local exatamente da mesma maneira que chegou. No banco da frente\n do carro do advogado, de boné, cabeça baixa, e escondendo seu rosto com as\n mãos. A mãe estava no banco de trás. Ela também acompanhou o depoimento.\n \n Alguns\n veículos seguiram o automóvel até a esquina da rua, pediram para que abrissem o\n video e dessem entrevista, mas Cabral não atendeu. O assessor do Tribunal de\n Justiça, Alexandre Marcusso, disse que o caso corre em segredo de Justiça e que\n não poderia, portanto, dar informações sobre o depoimento. Falou apenas que o\n promotor vai avaliar o caso e decidir se o leva adiante.\n \n O\n menor chegou acompanhado pela mãe, mas, na hora do depoimento, que começou por\n volta das 15h30, na sala da promotoria localizada no terceiro andar, tinha\n apenas o advogado ao seu lado. Depois de ouvir H.A.M., o promotor Gabriel\n Rodrigues Alves irá confrontar as informações para decidir qual encaminhamento\n dará ao caso.\n \n Repórteres,\n fotógrafos, cinegrafistas e curiosos se acumularam no local para esperar a\n chegada do jovem, que voltou ao Brasil de ônibus no último sábado. Em\n entrevista ao "Fantástico", no domingo, ele afirmou ser o responsável\n pela morte de Kevin.\n \n O\n jovem é associado da torcida organizada há dois anos e estava na arquibancada\n destinada aos visitantes no estádio Jesús Bermúdez. Segundo Cabral, ele\n gostaria de ter se entregado na Bolívia depois que 12 corintianos foram presos,\n mas por estar sob responsabilidade da torcida, foi decidido que ele seria\n entregue à sua mãe. Havia temor por sua integridade física em caso de confissão\n na Bolívia.\n \n A\n versão do advogado é que o garoto ficou em choque e muito preocupado após o\n disparo acidental do sinalizador naval. Cabral diz que o artefato foi comprado\n num camelô, no centro da cidade de São Paulo, e levado para a Bolívia. Ainda de\n acordo com o advogado, todos os objetos apreendidos eram de H. A. M.\n \n -\n Aqueles sinalizadores apreendidos pertenciam ao menor brasileiro. Ele abandonou\n a mochila porque estava sendo hostilizado por membros da Gaviões, se afastou e\n depois retornou em outro lugar na arquibancada. Foi quando os policiais vieram\n e apreenderam mochilas, bandeiras - disse o advogado.\n \n Em\n Oruro, dois torcedores foram indiciados como autores do crime por portarem\n sinalizadores: Cleuter Barreto Barros e Leandro Silva de Oliveira. Os outros\n dez estão acusados como cúmplices. A expectativa da Gaviões é que a confissão\n amenize a situação dos brasileiros detidos - um deles, Tadeu Macedo Andrade, é\n diretor da torcida -, mas o embaixador do Brasil na Bolívia afirmou que o\n cenário, ao menos inicialmente, não deve ser alterado.\n \n H.\n A. M. não pode ser extraditado, mas é provável que as autoridades bolivianas\n queiram participar da investigação, que será feita no Brasil. Ricardo Cabral\n afirma ter como provar que o menor foi mesmo o autor do disparo e que a\n confissão não se trata de uma estratégia para tentar que os torcedores sejam\n soltos em Oruro.\n \n O\n advogado garante que ao comparar a identidade e a foto do jovem em sua ficha\n cadastral com a imagem ampliada do vídeo feito por uma emissora de televisão\n boliviana, que mostra de onde teria saído o sinalizador, não restará dúvidas\n que se trata de seu cliente.\n \n \n \n \n