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A boa relação de Pedro com a torcida do Fluminense havia tido um ruído com a vontade recente do atacante em ao menos ouvir uma oferta do Flamengo. Após a negativa da direção do clube, ele voltou a atuar com a camisa tricolor nesta segunda-feira, no empate em 1 a 1 com o Ceará. E com o gol, a artilharia do time no Brasileiro e o discurso na saída do Maracanã, deixou claro que a polêmica envolvendo o rival ficou para trás.
O episódio das últimas semanas mexeu com a torcida tricolor e provocou reações distintas. No treino aberto de domingo, em Laranjeiras, isso já havia ficado claro. Enquanto parte dos torcedores apoiou, outros gritaram “Pedro presta atenção: muito respeito com a camisa do Fluzão”.
A divisão se repetiu nesta segunda, quando os torcedores foram gritar o nome dos jogadores escalados. Na vez do camisa 9, ouviu-se um misto de vaias e gritos de “O Pedro vai te pegar” das arquibancadas.
- Eu me preparei para isso, para lidar com a pressão. A torcida é soberana. Entendo o lado dela. Fico pelos gritos de “O Pedro vai te pegar” e fico feliz pelo gol de hoje. Quero agradecer a torcida pelo apoio. O foco sempre foi foco no Fluminense. Sempre trabalhei, sempre dei meu máximo aqui dentro. E não vai ser diferente. Minha gratidão por esse clube é eterna. Foi a bola rolar que a trégua foi dada. Aos 6 minutos, Pedro teve sua primeira chance, em cruzamento de Caio Henrique, e cabeceou para fora. Cinco minutos depois, deu um toque de calcanhar para Yony que levantou as arquibancadas. Pouco depois, arriscou um chute.
Mas a redenção veio mesmo aos 40 minutos. Em cobrança de escanteio, o centroavante mostrou oportunismo ao finalizar de primeira após desvio de Nino. Gol em tom de catarse. Pedro explodiu na comemoração, atrapalhada momentaneamente pela anulação incorreta do bandeira e corrigida pelo VAR.
Durante a celebração, Pedro apontou para o escudo do Flu na camisa, bateu no peito, colocou as mãos no ouvido e, no fim, e fez a seu tradicional gesto de reverência em todas as direções que estava a torcida tricolor.
- Primeira vez que faço que faço gol com VAR. Gol ficou até mais emocionante. Sempre faço esse gesto (de botar as mãos nos ouvidos) para torcida gritar meu nome. Não foi diferente hoje. Depois fui fazer a reverência e não deu tempo (bandeira anulou), mas fiz depois (VAR deu o gol).
Após o intervalo, Pedro, que vinha de lesão na coxa e não atuava desde a final do Torneio de Toulon, pareceu sentir a falta de ritmo e caiu de rendimento, junto com praticamente todo o time do Fluminense.
Mesmo assim, quase fez o gol da vitória aos 41 minutos do 2º tempo. Após cruzamento de Caio Henrique, cabeceou na pequena área e foi parado por uma defesa espetacular de Diogo Silva.
- Cabeceei no contrapé do goleiro e ele fez um milagre. A bola quicou e foi para o alto, não bateu e correu, como eu queria que fosse. Infelizmente não entrou, mérito do goleiro - conformou-se.
Na saída do estádio, Pedro lamentou o resultado, mas celebrou o fato de ter atuado durante um jogo inteiro pela primeira vez desde que retornou de lesão:
- Fiquei feliz com o gol, mas infelizmente o resultado não veio. Primeira vez que jogo os 90 minutos (desde retorno de lesão), importantíssimo para eu voltar a minha melhor forma. Achei que hoje foi meu melhor jogo depois do retorno da lesão. Agora é trabalhar mais nos treinamentos e crescer ainda mais no Fluminense.
Com o quarto gol desde que retornou de lesão, todos eles no Brasileirão, Pedro tornou-se artilheiro isolado do Fluminense na competição. Ao mirar a próxima partida, contra o Vasco, no sábado, o atacante deixou claro que as polêmicas das últimas semanas ficou para trás. Entrando em campo no sábado que vem, o camisa 9 completará sete jogos pelo Tricolor no Brasileirão, o que o impede de defender outro clube da Série A na competição.
- Muito importante assumir a artilharia do clube no Brasileiro. Mas meu foco é sempre buscar a vitória primeiro. Os gols vão saindo naturalmente, como sempre foi. É procurar melhorar minha forma física e dar o melhor para o Fluminense. Agora é levantar a cabeça e pensar no Vasco.